50% dos voos da Ryanair foram cancelados em Portugal

50% dos voos da Ryanair foram cancelados em Portugal


Inicia-se esta quarta-feira a greve de dois dias da tripulação da Ryanair Portugal  


A greve dos tripulantes de cabine da Ryanair tem início esta quarta-feira e será prolongada até quinta-feira. Neste momento, cerca de 50% dos voos para fora e para dentro de Portugal continental foram cancelados, segundo o Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), em declarações à agência Lusa.

"Neste momento temos cerca de 50% de voos cancelados nas três bases de Portugal continental [Faro, Lisboa e Porto] e neste momento em Ponta Delgada [Açores] temos a informação de que um voo irá realizar-se", afirmou um dos membros do SNPVAC, Bruno Fialho.

"Já há também três voos cancelados em Lisboa à tarde", confirma o sindicalista.

Para além disto, Bruno Fialho avança também que a Ryanair enviou cartas a vários membros portugueses de cabine com ameaças:"ontem [terça-feira] houve a pior das situações ilegais: foi uma coação sobre os trabalhadores.” Segundo o membro do sindicato, na carta estava escrito: “se não fossem voar em dias de folga e que batiam nos dias da greve iriam ser despedidos”, o que “em Portugal é crime”.

“Não sei o que o Governo português pretende fazer sobre todas as provas que já foram apresentadas da conduta que a Ryanair tem com os trabalhadores portugueses", acrescentou.

O SNPVAC apela ainda ao Governo, que, segundo o Sindicato, “é quem tem todos os meios possíveis para solucionar e para terminar com estas situações de abuso”, sobretudo em casos em que “há uma ameaça de despedimento caso os trabalhadores façam greve e obriga os tripulantes a trabalhar em dias de folga".

Com esta greve, os tripulantes têm como objetivo que sejam aplicadas leis nacionais, como a garantia do ordenado mínimo, licença de maternidade, e que a empresa retire processos disciplinares devido a baixas médicas, por exemplo.

De acordo com denúncias do SNPVAC, a companhia de aviação tem recorrido a trabalhadores de outras bases e voluntários para substituir ilegalmente os grevistas portugueses, desde o início da paralisação. A Ryanair já confirmou o sucedido.

A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) revela que "desde a semana passada, vindo a acompanhar esta situação e tem vindo a desenvolver todos os passos necessários para identificar situações que possam, eventualmente, ferir a legalidade do nosso quadro constitucional do direito à greve".

A ACT já está a investigar a empresa em Portugal, depois das denúncias da SNPVAC.

Esta greve não acontece apenas em Portugal, mas também em vários outros países como Espanha e Alemanha que também têm o mesmo objetivo: que as suas leis nacionais sejam aplicadas e não a lei do país de origem da empresa, a Irlanda.