E sublinhou que tanto o executivo como a oposição devem ser fortes, constituindo opções alternativas e “não deixando interstícios” que possam ser ocupados por movimentos fora do sistema.
Esta é uma alta missão incumbida a todos os agentes políticos portugueses, sejam de menor ou maior dimensão, de implantação nacional ou local. Mas ninguém negará que o perigo sinalizado recai em maior proporção sobre aqueles que detêm maior dimensão. Uma democracia saudável exige uma oposição combativa e resiliente, especialmente considerando os diversos atropelos do governo ao parlamento em matéria de informação em 2017, por exemplo. É precisamente neste contexto de responsabilidade acrescida que na próxima semana os militantes social-democratas elegem livre e democraticamente um novo líder para a maior estrutura partidária do país.
É uma eleição interna onde o fator credibilidade – interna e externa – assume um papel inequívoco. Credibilidade para reposicionar o PSD no seu lugar natural: o centro político, reformista e social-democrata. Credibilidade para apresentar um projeto político que saiba interpretar a vontade dos portugueses e de concretizar as reformas adiadas tão urgentes para o nosso país, simultaneamente afastando-se do discurso libertário anti-Estado e das soluções estatizantes que dominam a esquerda. Credibilidade para construir um projeto alternativo sólido à atual solução governativa, mobilizando os portugueses em torno dessa alternativa. Credibilidade para assumir o PSD como o partido português do elevador social, onde o desenvolvimento é um instrumento que valoriza a liberdade do indivíduo e contribui para uma maior coesão social. Credibilidade para exigir ética na ação política, dando o exemplo na forma como escolhe os seus candidatos e escrutina o desempenho dos seus eleitos, valorizando as bases, que é onde reside a sua cultura partidária e identidade própria.
Noutros contextos políticos onde os populismos e a xenofobia assumem contornos mais dramáticos que no nosso, Emmanuel Macron afirmou num discurso “não tenho linhas vermelhas, só tenho horizontes”. É hora de colocar o PSD a ter horizontes. A bem do país, da democracia e dos portugueses, 2018 é hora de agir.