Operação Marquês. João Araújo diz que “prisão serviu apenas para investigar”

Operação Marquês. João Araújo diz que “prisão serviu apenas para investigar”


Na Operação Marquês estão acusados 28 arguidos, 19 pessoas e nove empresas, que resulta num total de 188 crimes.


Defesa de Sócrates falou esta noite, em conferência de imprensa, sobre a acusação do antigo primeiro-ministro, e garantiu que "os insubsistentes factos, chamados indícios, que serviram para criar este processo e que serviram para manter a prisão do engenheiro José Sócrates serviram para isso e mas não serviram para o acusar", adiantando ainda que a defesa está certa de que “deste monte de papel não restará folha sobre folha”.

A Operação Marquês resultou na acusação de 28 arguidos e nove empresas e, ao todo, José Sócrates está acusado de 31 crimes de corrupção passiva de titular de cargo político (3), branqueamento de capitais (16), falsificação de documento (9) e fraude fiscal qualificada (3). Carlos Santos Silva é acusado de 33: crimes de corrupção passiva de titular de cargo político (1), corrupção ativa de titular de cargo político (1), branqueamento de capitais (17), falsificação de documento (10), fraude fiscal (1) e fraude fiscal qualificada (3). Já Ricardo Salgado é acusado de corrupção ativa de titular de cargo político (1), corrupção ativa (2) branqueamento de capitais (9), abuso de confiança (3) falsificação de documento (3) e fraude fiscal qualificada (3).

Além de Sócrates, surgem na acusação vários outros nomes conhecidos da opinião pública, como é o caso de Ricardo Salgado, Henrique Granadeiro, Armando Vara e Zeinal Bava e a defesa do ex-primeiro-ministro garantiu que ainda não foi sequer notificado, mas que tanto ele como o colega já tiveram tempo de “ dar uma vista de olhos à acusação” e que tomaram notas relativamente a vários factos. 

“Tomámos nota de alguns factos, designadamente aos nomes de Pinto Silva, Ricardo Salgado, Portugal Telecom, Sonae, ao empreendimento em Vale do Lobo(…) e estes nove factos, tanto quanto os velhos, são falsos, ou se verdadeiros, nada têm a ver com o Engenhero José Sócrates”, alegando ainda que foi o Ministério Público quem produziu esta acusação.

Questionado sobre a possível abertura de instrução, João Araújo afirmou que é “absurdo” dizer que vai “requerer a abertura” da mesma, sem ter sequer conhecimento do processo na sua totalidade.