Portugal vai repor o controlo das fronteiras durante a visita do Papa Francisco. Assim, entre a meia-noite de dia 10 e a meia-noite de 14 de maio as fronteiras vão estar encerradas, uma medida que vai permitir que as autoridades consigam controlar as entradas e saídas do país. O Governo considera «necessário garantir a segurança interna através de medidas adequadas» tendo em conta «a dimensão e o enorme afluxo de pessoas esperado».
A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, garantiu que «as forças e serviços de segurança estão a trabalhar há bastante tempo, sob a coordenação da secretária geral do sistema de segurança interna». Para isso, tem havido reuniões «periódicas e intensas», quer internas quer com serviços de segurança do Vaticano.
Esta resolução é uma medida de exceção ao regime de ausência de controlo de pessoas na passagem de fronteiras. Foi utilizado em Portugal anteriormente, durante a Cimeira da Nato, em 2010, e no Euro 2004.
Santuário cheio
As projeções têm apontado para um milhão de peregrinos nas comemorações do centenário das aparições, mas o responsável pelo plano de contingência do Ministério da Saúde revelou que esse número dificilmente se verificará. António Marques Silva, anestesiologista e especialista em medicina da catástrofe, explicou que nas últimas semanas, e para preparar a resposta das autoridades, foram feitos cálculos tendo em conta o espaço físico do santuário e a envolvente. No máximo é realista esperar entre 500 mil a 600 mil pessoas, disse. Mesmo que mais tivessem intenção de participar, dificilmente caberiam, até porque serão criados corredores de segurança no local.
Plano de contingência
O plano de contingência preparado pelo Ministério da Saúde vai ajudar a definir novos procedimentos de resposta para os hospitais do Serviço Nacional de Saúde não só para este evento, mas para ação futura.
Este é um plano que envolve dez hospitais, que nos últimos meses já começaram a receber formação para atualizar os planos de resposta. Em abril terão lugar simulacros dos diferentes cenários, que incluem a hipótese de atentado terrorista com armas químicas.
Este é um plano que não se limita ao ponto alto das celebrações, a 12 e 13 de maio. Vai ser reforçado o acompanhamento aos peregrinos, com centros de saúde abertos à noite e a deslocação de equipas dos cuidados primários aos locais onde os caminhantes costumam recorrer, como as corporações de bombeiros.
O Ministério da Saúde vai ainda disponibilizar brochuras informativas nos centros de saúde mas também nas paróquias e cafés sobre os cuidados a ter nas caminhadas.