Quando saiu do Governo, em novembro, a prioridade da política externa europeia era a colocação de refugiados. Agora, depois da sucessão de ataques terroristas, de uma tentativa de golpe na Turquia, do Brexit e da perspetiva de ter de lidar com Donald Trump, ainda será?
Neste momento temos duas situações com as quais a Europa está com muita dificuldade em lidar. Uma é o terrorismo a outra é a questão dos refugiados. Na nascença elas estão ligadas, porque os refugiados estão a fugir de alguma coisa – não vêm à procura de uma vida melhor, vêm à procura de uma vida. De viverem, ou sobreviverem, não vêm à procura de melhores condições económicas ou mais qualidade de vida.
Nem todos olham para o assunto assim…
Naturalmente é necessário preparar a opinião pública para a necessidade de acomodar com dignidade e de incluir num processo digno e com as dificuldades identitárias que estes processos têm. Missão ainda mais difícil quando conjugada com a necessidade de lidar com o terrorismo.
Os refugiados continuam, portanto, no topo da agenda.
Muitas vezes os problemas parece que existem porque abrem telejornais, mas não é por este ciclo noticioso ter tido um ruído superior, nomeadamente o do terrorismo, que as coisas deixam de existir.