PSD acusa Governo de criar instabilidade na banca

PSD acusa Governo de criar instabilidade na banca


A reação do PSD surge depois de o i ter dado nota do mal-estar gerado no Ministério das Finanças pelo facto de Luís Marques Mendes ter divulgado no seu espaço de comentário na SIC uma carta do BCE sobre a recapitalização da banca.


Luís Montenegro considera "preocupante" a sucessão de notícias e declarações sobre a banca e pede ao Governo "contenção" na hora de falar de temas como a CGD e o Novo Banco.

O líder parlamentar social-democrata diz que nos últimos dias se tem assistido a uma verdadeira "cavalgada noticiosa" e ataca a forma como membros do Governo têm falado da situação na banca com declarações "por vezes contraditórias".

Montenegro dá o exemplo das declarações de António Costa sobre a Caixa Geral de Depósitos que "há um mês dizia que a recapitalização estava numa fase final" quando agora as Finanças dão conta de o processo ainda estar em fase de negociação com a Comissão Europeia.

"Tudo isto gera perplexidade, instabilidade, incerteza e desconfiança", ataca o social-democrata, que diz temer os efeitos que estas declarações possam ter no setor da banca.

A reação do PSD surge depois de o i ter dado nota do mal-estar gerado no Ministério das Finanças pelo facto de Luís Marques Mendes ter divulgado no seu espaço de comentário na SIC uma carta do BCE sobre a recapitalização da banca.

Depois de o ex-líder do PSD ter divulgado o documento, Mário Centeno veio esclarecer que o assunto não está concluído e que não há uma decisão final sobre os problemas levantados pelo BCE na carta.

As Finanças não gostaram de ver Mendes trazer a público uma questão que fragiliza a CGD, da mesma forma que o PS tem vindo a criticar no Parlamento a iniciativa do PSD de criar uma comissão de inquérito sobre o banco público.

As declarações de Luís Montenegro surgem também um dia depois de se ter sabido, pela carta que Mário Centeno enviou à Comissão Europeia e que o Governo divulgou, que o Executivo acredita que o Novo Banco deverá ser vendido por um "preço baixo" e que pode estar mesmo em causa a sua liquidação, já que o Estado não deverá injetar mais dinheiro.

"O ministro das Finanças parece estar a ter a atitude de quem semeia ventos para colher tempestades", criticou Montenegro, sem especificar a que se referia mas numa alusão que pode ser lida como uma referência a uma tese que circula à direita segundo a qual a verdadeira intenção do Governo seria a de nacionalizar o Novo Banco.