Brasil. 58 milhões de pessoas com dívidas em atraso

Brasil. 58 milhões de pessoas com dívidas em atraso


Em março, no Brasil, 58 milhões de pessoas tinham dívidas em atraso.


 As conclusões são do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.

De acordo com todos os dados recolhidos, 700 mil pessoas entraram para a lista de pessoas que têm dívidas em atraso. Em questão está um aumento de 7,5% em relação ao número de pessoas com dívidas registado em março do ano passado.

Os dados revelam ainda que, durante o mês de março, o incumprimento alcançou 39,64% da população com idades compreendidas entre os 18 e os 95 anos.

Brasil: Um país a prestações

O problema é que as famílias foram ficando endividadas e agora, com o agravamento da crise, as taxas de juro dos cartões de crédito, dependendo da instituição, podem chegar a quase 1000% ao ano. António, de 56 anos, a viver há vários anos no país, já não consegue imaginar uma realidade diferente: «Aqui, o ‘pagamento parcelado’ é o dia a dia das pessoas. Não imagino como seria se tudo mudasse. Acredito que estaríamos perante um cenário de desespero total».

De acordo com uma análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconómicos (Dieese), um trabalhador que viva no Rio de Janeiro precisa agora de trabalhar 112 horas e um minuto, em média, com base no ordenado mínimo nacional de 800 reais (183 euros), para comprar os alimentos da cesta básica. São quase três semanas de trabalho num mês. Segundo o Diesse, o salário mínimo teria de ser quatro vezes superior ao atual para que uma família de quatro pessoas pudesse fazer face ao aumento no preço dos alimentos e a outros tipos de despesas.

De acordo com a imprensa brasileira, a concessão de crédito caiu 13%,em 2015, por causa do aumento dos juros e do crédito malparado. Um problema que se soma à crescente falta de trabalho.