Alentejo. GNR trava esquema ilegal de transporte de imigrantes

Alentejo. GNR trava esquema ilegal de transporte de imigrantes


Estão rendimentos de centenas de milhares de euros, que nunca foram declarados ao fisco


A GNR desmantelou no final da última semana um esquema ilegal de transporte de pessoas da Bulgária para trabalho agrícola em Portugal. A empresa com dependências em Lagos, Cascais e Viseu não tinha qualquer tipo de licenciamento colocando, segundo fonte oficial, “em risco a vida dos seus tripulantes e outros utentes da via”. Além disso, não declarava “qualquer rendimento gerado em território nacional”.

Em declarações ao i o tenente-coronel Paulo Messias explicou que o “indivíduo responsável por estes transportes movimentava-se junto de empresários agrícolas do litoral alentejano com o objetivo de colocar nas suas explorações mão-de-obra estrangeira”.

Depois, “negociava com os trabalhadores, sobretudo búlgaros, os valores que estes iriam receber por hora, bem como o que iriam pagar pela viagem até Portugal”.

A operação foi desencadeada na última sexta-feira pela Unidade de Acão Fiscal (UAF) e contou com o apoio do Destacamento Territorial de Odemira do Comando Territorial de Beja.

Ao que o i apurou em causa estão rendimentos de centenas de milhares de euros, que nunca foram declarados ao fisco.

Com o desenrolar das investigações, a GNR vai avaliar ainda se houve ou não alguma situação de exploração dos trabalhadores recrutados através deste esquema.

Material apreendido Além de ter sido constituído arguida o operador económico estrangeiro que se dedicava ao transporte de cidadãos búlgaros foi também constituído arguido o responsável, um homem de 51 anos e apreendidas 30 cadernetas de bilhete de autocarro, 50 maços de tabaco, seis garrafas de bebidas alcoólicas e dois computadores.

As autoridades iniciaram esta investigação após terem detetado a venda de vários maços de tabaco de origem búlgara em circuitos fechados. Com a operação foi possível perceber que o suspeito aproveitava as deslocações frequentes àquele país – sempre que ia buscar trabalhadores – para trazer tabaco, colocando-o posteriormente à venda no mercado paralelo e a preços inferiores aos praticados em Portugal.