Um grupo de membros da Iniciativa Liberal (IL) apresentou esta segunda-feira um manifesto a apresentar-se com “uma alternativa de liderança do partido”, assente no rosto de Tiago Mayan Gonçalves, ex-candidato presidencial da IL e que junta mais de 200 pessoas, entre eles Miguel Ferreira da Silva, primeiro presidente do partido.
Este grupo acusa a atual direção – liderada por Rui Rocha – de se “afastar dos princípios” liberais e considerando que a estratégia tem “consecutivamente falhado em atingir os objetivos declarados” e apesar de Mayan assumir diretamente que irá assumir-se como candidato à liderança, tal como já foi avançado pelo Nascer do SOL referiu que está disponível “para assumir todas as consequências”.
Recorde-se que as eleições para a liderança do partido estão marcadas para janeiro, já que de acordo com os estatutos da Iniciativa Liberal o ato eleitoral é feito de dois em dois anos.
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Já quando questionado pelo nosso jornal sobre qual será a reação da atual direção em relação a este manifesto diz apenas “espero que lide bem com o pluralismo”, sendo um partido liberal.
O documento refere “um conjunto vivo, aberto e alargado de membros da Iniciativa Liberal que declaram o seu empenho em promover uma sociedade baseada nos princípios da liberdade, responsabilidade, transparência e mérito. Numa época marcada pela divisão e pela desilusão, esforçamo-nos por construir uma força política que defenda os valores Liberais e adote atitudes reformistas, provocando mudança positiva”.
Em causa estão os resultados do último ato eleitoral, em que o que partido, apesar de ter mantido os oito deputados, perdeu em Lisboa – considerado o principal bastião da IL – mas ganhou em Aveiro.
Um resultado que é questionado pelo manifesto. “Consideramos que a estratégia desenvolvida pela atual direção do partido tem consecutivamente falhado em atingir os objetivos declarados, seja nas eleições Regionais nos Açores e na Madeira e nas eleições Legislativas, seja no cumprimento de metas e ações da sua própria Moção de Estratégia Global”, lembrando que “aproximam-se mais dois momentos eleitorais para os quais queremos contribuir (novas eleições Regionais na Madeira e eleições Europeias), mas entendemos que, depois disso, enfrentamos um novo ciclo político com novos desafios, tais como a instabilidade governativa, o risco da incapacidade de fazer valer as ideias Liberais, e o horizonte das eleições autárquicas, que não podem ser uma oportunidade perdida para a implantação do partido”.
O que este grupo de militantes promete?
Por um lado, refundar o partido em valores e princípios liberais, por outro lado, apresentar uma liderança forte e carismática, verdadeiramente liberal e, ao mesmo tempo, defender mudanças estatutárias e regulamentares para garantir a tão desejada transparência e participação. “Um movimento positivo, competente, aberto, sem sectarismos e com espírito de mudança”, refere o documento.
E face a esse cenário, este movimento diz que pretende “apresentar uma alternativa de liderança para o partido, capaz de executar a visão que defendemos”.
Recuperar militantes
De acordo com este movimento é possível “envolver e trazer novos e antigos quadros ao partido, incluindo independentes de reconhecido mérito e competência, na preparação das nossas ideias, assim como “estabelecer programas estruturados, com ideias necessariamente decompostas em aspiração/visão; racional/implementação; fundamentação”, acrescentando que “mais do que quantidade, pretendemos demonstrar a qualidade das nossas propostas”.