António Costa disse, este sábado, a meio da reunião da Comissão Nacional do PS, que não se recorda de ter falado publicamente sobre quem chamou ao Palácio de Belém a procuradora-Geral da República. E deixa claro: nunca transmite por heterónimos conversas com o Presidente da República.
“Em oito anos como primeiro-ministro, tenho o princípio que nem por mim, nem por heterónimos que escrevem nos jornais, dizer o que acontece nas conversas entre mim e o senhor Presidente da República – e agora não vou alterar seguramente esta prática”, disse o primeiro-ministro.
“As conversas entre o Presidente da República e o primeiro-ministro não são conversas entre duas pessoas que se conhecem, mas entre dois titulares de órgãos de soberania. No dia em que um começa a achar que pode dizer o que o outro disse, ou o que o outro não disse, seguramente as relações entre órgãos de soberania correrão com menor fluidez”, rematou, acrescentando que, ao longo dos últimos oito anos, “ninguém registou qualquer falha no sentido de manter uma relação absolutamente impecável com todos os órgãos de soberania”.
“Assim me manterei até ao último dia das minhas funções”, completou.
“Terão de perguntar ao senhor Presidente da República que comentário público terei feito, mas não me ocorre nenhum. Se fiz algum comentário público, ninguém melhor do que os senhores jornalistas [que] estarão aqui, para saber que comentário fiz ou não. Se fiz um comentário público, então fi-lo seguramente perante vossas excelências” acrescentou.