Seria uma provocação? Uma piada? Ou uma genuína obra de arte? Quando o Museu Kunsten de Arte Moderna em Aalborg, Dinamarca, encomendou a Jens Haaning réplicas de duas obras suas de 2007 e 2011, o artista não se limitou a repetir o que tinha feito há alguns anos.
A instituição esperava duas telas completamente cobertas de notas de coroas, como Haaning fizera em Um Salário Anual Médio Dinamarquês. E forneceu-lhe a matéria-prima necessária – o equivalente a mais de 70 mil euros em dinheiro vivo – além dos respetivos honorários. Em suma, uma bela maquia. Só que, em vez das réplicas pedidas, o artista entregou duas molduras vazias, reveladoramente intituladas: Fica com o Dinheiro e Foge.
Esta semana, um tribunal de Copenhaga condenou Haaning a devolver ao museu a quase totalidade do valor recebido, uma vez que não cumpriu o que estava estipulado no contrato. A quebra de contrato, alegara o artista, fazia parte da obra…
«Não somos um museu rico», queixara-se ao Guardian o diretor do museu, Lasse Andersson. «Temos de ponderar cuidadosamente como gastamos os nossos fundos, e não gastamos mais do que podemos». Talvez o artista não possa dizer o mesmo.