Centro de Programas de Línguas da Europa e América Latina da China
Financiamento do Desenvolvimento, Alterações Climáticas, Desequilíbrio de Rendimentos – eis algumas das preocupações dos países do chamado “Sul Global” que estão a ser abordadas no Debate Geral da 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), que está a decorrer até ao dia 26 de setembro. Enquanto maior país em desenvolvimento do mundo, a China participa numa série de reuniões durante a sessão, para expressar as exigências e expor as ideias dos membros deste Grupo.
O “Sul Global” é um conjunto de países emergentes e em desenvolvimento. Nos últimos anos, este conceito tem aparecido frequentemente em reuniões e documentos dominados pelos Estados Unidos e pelo Ocidente, tornando-se uma palavra de ordem na política internacional.
Alguns analistas afirmam que os Estados Unidos e o Ocidente estão a instrumentalizar este conceito de "Sul Global" numa tentativa de excluir a China, privando-a do seu estatuto de país em desenvolvimento, com o intuito de salvaguardar os interesses instalados e a hegemonia dos países desenvolvidos.
A recente cimeira do Grupo dos 77 e da China deu uma resposta clara, adotando a Declaração de Havana, que incorpora uma série de ideias e propostas da China, salientando que todas as partes envolvidas devem estar empenhadas em alcançar o desenvolvimento global e a cooperação vantajosa para todos, e em promover a construção de uma Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade.
Esta é uma resposta clara do "Sul Global", um sinal de solidariedade e de autofortalecimento, e mostrando, mais uma vez, que a China é um membro natural deste Grupo.
A China e outros países em desenvolvimento partilham as mesmas experiências e lutas históricas, enfrentam problemas e tarefas de desenvolvimento comuns e têm opiniões e exigências semelhantes sobre a atual ordem internacional e a governação global. Quando o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) publicou o seu relatório "Construir o Sul Global" em 2004, referiu explicitamente a China como um país do "Sul Global".
Historicamente, a China foi durante muito tempo objeto de agressão e colonização por parte dos países ocidentais, tendo forjado uma profunda amizade com um grande número de países asiáticos, africanos e latino-americanos na sua luta pela independência e libertação nacionais. Após a fundação da Nova China, os países da Ásia, África e América Latina deram também um apoio crucial à China no processo de recuperação do seu legítimo lugar nas Nações Unidas. Esta história de partilha de um destino comum determinou que o "Sul global" seja um atributo natural da China.
Atualmente, a China, tal como outros países em desenvolvimento, está empenhada no desenvolvimento e na revitalização. Embora a China seja a segunda maior economia do mundo, o seu PIB per capita em 2022 foi de 12 741 dólares, o que corresponde a 1/5 do das economias desenvolvidas e a 1/6 do dos EUA. Em 2021, o Rendimento Nacional Bruto (RNB) per capita da China foi o 68.º mais elevado do mundo e o seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ocupou o 79.º lugar, o que é comparável ao dos principais países em desenvolvimento. Verifica-se que a China continua a ser o maior país em desenvolvimento reconhecido por todas as partes.
Na opinião da China, os países do "Sul Global" são companheiros de viagem na via do desenvolvimento e devem prestar apoio e assistência na medida das suas capacidades. Até agora, a China apoiou mais de 160 países, lançou a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” com mais de 150 países e trabalhou com mais de 100 países e organizações internacionais para promover a cooperação em iniciativas de desenvolvimento global.
Perante a instabilidade do mundo atual, com o unilateralismo e a hegemonia em ascensão, os direitos e interesses legítimos dos países em desenvolvimento são gravemente prejudicados. Os países do "Sul Global", incluindo a China, esperam, de um modo geral, defender a justiça e promover mudanças na governação global numa direção mais justa e razoável.