Manuel P. Barriopedro capta o primeiro-ministro português, Mário Soares, a dirigir algumas palavras aos chefes de governo e ministros dos países-membros da Comunidade Económica Europeia durante a assinatura do tratado de adesão de Portugal à CEE. E a EFE difunde a imagem desse acto celebrado a 12 de Junho de 1985 no claustro do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. O protagonismo de Portugal inscreve-se em 75 anos de vida da principal agência de notícias em espanhol, do mundo, e na exposição que traz a Lisboa uma pequena parte dos cerca de 15 milhões de imagens que guarda nos seus arquivos – são 25 as imagens exibidas que se relacionam directamente com o nosso país.
Na galeria dos Paços do Concelho em Lisboa mostram-se até dia 17 de Fevereiro tantas fotografias marcantes como os anos de vida da casa, fundada em 1939 por Ramón Serrano Súñer e Manuel Aznar Zubigaray, onde trabalham hoje 3 mil profissionais de 60 nacionalidades em 120 países, que produzem anualmente 3 milhões de notícias em texto, vídeo, fotografia, áudio e multimédia.
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A história portuguesa recente, que inclui capítulos como a Revolução dos Cravos ou o Euro 2004, sem esquecer retratos de figuras icónicas como Eusébio, José Saramago, Amália Rodrigues e Cristiano Ronaldo, cruzam-se com fenómenos internacionais com destaque na agenda noticiosa dos últimos anos. É na secção central da exposição que surgem memórias de conflitos recentes, como o atentado do 11 de Setembro em Nova Iorque, os confrontos na Ucrânia, a tensão entre Israel e a Palestina ou a coroação de Felipe VI. O passado guia-nos a uma curiosidade: uma fotografia com os ditadores Franco e Hitler a passar revista às tropas alemãs na estação francesa de Hendaye, em 1940, e uma outra modificada com introdução de militares na imagem e manipulação da figura de Franco.
Dos Jerónimos, em meados dos anos 80, e do panorama institucional, para o quotidiano das ruas. Avançamos um pouco no tempo, rumo a 1987, quando o fotógrafo Diego Caballo passa pela Figueira da Foz e a sua objectiva apanha esse menino que descansa dentro de uma caixa de peixe enquanto observa a actividade de venda diária num posto do mercado local. Virando a agulha para Madrid, recuamos no tempo até 17 de Setembro de 1960, e uma inusitada cena registada por Manuel Iglesias, na sequência de um encontro entre duas freiras e um cão. Uma escala em 2007 revela-nos Pedernales, na República Dominicana, e essa imagem que obriga o espectador a desacelerar a marcha: um menino despido debaixo da intensa chuva após a passagem do furacão Dean, no meio da estrada que une a localidade à capital dominicana. O crédito pertence a Orlando Barría.
A exposição tem entrada gratuita e pode ser visitada de segunda a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00