O dossier TAP não tem fim e mostra à saciedade como funciona Portugal no seu melhor.
Perante as notícias fico estupefacto com o que ouço e leio. Para quem, como eu, que vive do seu salário, pago impostos acho uma desfaçatez e uns sem-vergonha.
Esta descoberta deve-se à imprensa vulgo Correio da Manhã que tantas vezes é criticado, mas fez serviço público.
Ver a TAP onde chegou e no estado em que está, não podem culpar os trabalhadores, mas sim uma gestão danosa escolhida pelo governo.
Quem nos governa ainda não percebeu uma coisa tão simples, deve-se governar pelo exemplo. O exemplo tem uma força incomensurável e leva a que os outros sigam essa linha e não tenham argumentos para discordar ou questionar.
Não se pode injectar milhões do erário público e, a seguir, comprar carros e dar indemnizações deste gabarito. O péssimo exemplo de despedir trabalhadores, deixarem de receber horas extraordinárias, perderem regalias para ajudar a tornar a TAP viável. Porém acontecimentos destes, sendo maus exemplos, não há moral para pedir o que quer que seja.
Antigamente identificada a TAP como uma companhia aérea de topo, segura e um ícone do nosso país.
Agora a TAP é um buraco que custa muito dinheiro aos contribuintes portugueses e o melhor é libertarmo-nos deste fardo por incompetência de quem a gere e nomeia.
TAP – as suas iniciais poderiam muito bem ser “Todos a Pagar”.
A TAP tornou-se o paraíso para colocar gente amiga do poder.
Não acredito que a TAP se levante, foram muitos anos a acreditar que era possível. A esperança morreu e começo a pensar que o nosso país é ingovernável e não há volta a dar.
Penso também, que isto é o veio parar à opinião pública, mas há muitos mais casos que nós nem sonhamos.
Quem está na política tem muito poder e tem tendência para o deslumbramento, mas esquece-se que está a ser observado. Há sempre um tolo debaixo da ponte que nos vê.
Quem está no poder julga que pode fazer o que quer e lhe apetece e ninguém vê e nada pode acontecer. Mas, como se tem comprovado, não é bem assim.
É preciso lisura de processos, transparência e carácter nos procedimentos de quem gere.
A solução para o nosso país, se calhar, passa por fazer um reset como se faz num computador e começar tudo de novo e do zero.