A economia portuguesa deverá crescer 6,7% este ano e apenas 0,1% no próximo, segundos as perspetivas dos especialistas da Allianz Trade, acionista da COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, superando as previsões para o produto interno bruto (PIB) da Zona Euro.
E acrescentam que as previsões para economia nacional foram revistas em alta face à última previsão de setembro, e que apontavam para um crescimento económico de 6,3% em 2022 e uma contração de 0,3% em 2023. Já em 2024, a economia portuguesa deverá expandir 1,5%.
“Apesar da possibilidade de racionamento do gás parecer ter sido evitada, os preços persistentemente elevados da energia deverão levar a Zona Euro para a recessão em 2023” e, por isso, as estimativas da acionista da COSEC apontam para um crescimento de 3,3% dos países da moeda única em 2022 e uma recessão de 0,4% em 2023. No ano de 2024, a economia do euro deverá crescer 1%.
Olhando para as principais economias do bloco económico, a Alemanha deverá crescer 1,8% neste ano e contrair 0,7% em 2023. “O regresso ao crescimento do motor da economia do euro deverá acontecer em 2024, com uma subida do PIB de 0,6%”, detalham os especialistas, acrescentando que, no caso de França, o PIB deverá acelerar 2,5% e contrair 0,4% em 2023. E deverá crescer em 2024 (0,9%).
Já Espanha deve registar um crescimento económico de 4,6% em 2022 e 0,2% em 2023 “escapando, tal como Portugal, de um cenário de recessão”. E deverá avançar 1,2% em 2024.
“Prevemos apenas uma retoma modesta em 2024-25 para países do euro com uma maior dependência do gás e maiores setores transformadores. A crise energética irá deprimir o crescimento por mais alguns anos. Esperamos que o crescimento do PIB caia -0,4% em 2023 antes de recuperar +1,0% em 2024, o que tornaria a recuperação tão fraca como após a crise da dívida da Zona Euro em 2012”, diz Ludovic Subran, economista-chefe da Allianz.
Já a economia norte-americana deve registar uma subida do PIB de 1,9% em 2022 e uma contração de 0,3% em 2023. Já em 2024, a maior economia do mundo deverá expandir 1,6%. Por sua vez, a economia chinesa deve subir 2,8% neste ano, 4% em 2023 e 5,2% em 2024.
“Em 2023, prevemos uma ligeira recessão na Europa, na sequência da crise energética. E, nos EUA, devido à normalização abrupta das condições monetárias e financeiras. Esta recessão irá ser um teste à resiliência. Nas economias emergentes, esperamos que o crescimento permaneça estável em 2023. Em 2024, antecipamos uma recuperação nos EUA enquanto a Zona Euro poderá ficar num cenário mais complexo devido ao ‘pára-arranca’ energético”, acrescenta Ludovic Subran.
Inflação superior a 5% em 2023
Os especialistas garantem ainda que “a subida dos preços é uma tendência que se vai manter em 2023, tanto em Portugal como no resto da Zona Euro”. E as previsões da Allianz Trade foram revistas em alta: a inflação em Portugal deve situar-se nos 7,7% este ano e nos 5,3% em 2023. Em setembro, os especialistas apontavam para que a inflação fosse de 7% em 2022 e de 4,3% no próximo ano.
Para o conjunto de países da área do euro, o ano de 2022 deverá terminar com uma inflação de 8,5%. No próximo ano, a taxa de inflação deverá ficar nos 6,1%.
Entre as principais economias da moeda única, a Alemanha deverá registar uma inflação de 8,8% neste ano e de 6,8% em 2023. As previsões da acionista da COSEC sugerem que a economia gaulesa deverá terminar o ano com uma inflação de 5,8% e de 5,4% em 2023. E, em Espanha, a inflação deverá atingir os 8,6% em 2022 e os 4,8% em 2023.
Nos Estados Unidos, a taxa de inflação deverá situar-se nos 8,1% em 2022 e nos 4,1% em 2023. Já na China, a taxa de inflação será de 2% e de 2,2% no próximo ano.