Na passada 4ª feira (dia 23 de novembro) fez 1 mês em que deixámos de ter o privilégio de poder conviver e de ter entre nós o Professor Adriano Moreira.
De facto, eu tive a sorte e o privilégio de conhecer, aprender e estudar com o Professor Adriano Moreira.
Eu tive a sorte de ter tido o Professor dos Valores Certos.
Tenho refletido muito sobre esta sorte que, na verdade, consiste numa enorme responsabilidade para a contribuição, preservação, prossecução e manutenção do legado que o Professor nos ensinou e deixou.
Para além dos Valores e da reflexão permanente em Portugal, destaco o que nos juntou: a necessidade de uma Estratégia Nacional para Portugal.
Na altura, em março de 2014, definimos como título académico “A Nova Missão Nacional na era do Globalismo”. Talvez, hoje, ainda mais atual. E em 2017, juntos, tentámos tornar o tema da Estratégia Nacional simples e corrente através do projeto “Em Busca de uma nova Estratégia Nacional”, corajosamente abraçado pelo nosso amigo Rui Hortelão.
O Professor ensinou-me e, por isso, eu sonho com uma Estratégia Nacional simples, clara e unânime. Que não esqueça a personalidade da nossa Pátria (para evitarmos o Estado exíguo, exógeno e quasi protetorado em que nos tornámos), que preserve e valorize o Atlântico, a Europa, a nossa História global (que nos responsabiliza) e a nossa Diáspora, assente na língua, “que também é nossa” e que devemos reconhecer enquanto recurso natural imaterial.
Ensinou-me também a diferença entre o “preço e o valor das coisas”, crucial para a boa vivência enquanto Homens, mas também enquanto pais de Família. Cada dia que passa é uma diferença que faz cada vez mais sentido.
Ensinou-me, ainda, o que é a doutrina social da Igreja e o porquê de dever ser preservada e fomentada, sem dela desistir por se manter absolutamente atual em termos de doutrina política. Assente na Dignidade da Pessoa Humana, enquanto móbil da ação; no Bem Comum, enquanto pilar da vida em sociedade; na Paz, como o tesouro que deveremos preservar, conservar e, agora, reconquistar; no igual valor entre o trabalho (know-how) e o capital; e na Família enquanto âncora e bússola da vida e da memória que poderemos ousar um dia deixar.
Este é o legado que o Professor Adriano Moreira nos garante.
Enquanto nos lembrarmos da mensagem e deste legado extraordinário, o Professor continuará a ensinar-nos.
A memória é como a sorte: a arte de sermos bem lembrados mesmo quando não estamos.
De facto, poderemos não nos ver mais, mas tudo farei para que os meus filhos e os meus netos aprendam também com tudo o que o Professor Adriano Moreira me ensinou.
Por tudo isto, muito obrigado.
Jurista e Empresário