Balanço Algarve 2022


Um aspecto que salta ainda assim à primeira vista, e não é de agora, tem a ver com o facto de por muita oferta que continue a nascer a Sul mantém-se uma lacuna que já era perfeitamente perceptível nos últimos anos. A de que falta uma casa ou um espaço (conforme lhe queiram chamar) que…


Ao fim de algumas semanas de férias de muitos portugueses no Algarve, incluindo eu próprio, já começa a ser possível descrever os resultados do que tem sido a noite, as festas e a animação que cada vez mais caminham de mãos dadas com o descanso nesta merecida época. As ofertas foram mais uma vez variadas e com a tónica a assentar sobretudo no facto de os clientes estarem ávidos de animação ao fim de dois anos de constrangimentos devido à pandemia.

Um aspecto que salta ainda assim à primeira vista, e não é de agora, tem a ver com o facto de por muita oferta que continue a nascer a Sul mantém-se uma lacuna que já era perfeitamente perceptível nos últimos anos. A de que falta uma casa ou um espaço (conforme lhe queiram chamar) que consiga absorver os muitos amantes de música eletrónica numa vertente mais alternativa e que tinham no Capítulo V e bem antes na Locomia os seus grandes bastiões.

Na verdade, e começando por falar da música, é cada vez mais evidente a falta de alternativas ao vulgarmente designado por comercial, sendo que todas as discotecas, sejam restaurantes dançantes ou mais clássicas, vão optando por estilos muito similares sem que apareça algo ou alguém capaz de suprir um buraco que vai deixando órfãos os que sempre gostaram de ouvir batidas mais house.

O lema são músicas espanholas, reggaeton, clássicos antigos ou similares que suportam muito mais os que vão sair para ver e ser vistos do que propriamente para quem sente amor pela música. Essa é aliás uma tendência cada vez mais clara, espaços com grandes privados ou áreas onde se pede um consumo mais elevado para que se possa fazer show-off, tirar umas fotografias e abrir umas garrafas de champanhe só para aparecer e mostrar que se pode.

Falando dos espaços propriamente ditos, salta à vista um que ano após ano vai fazendo a diferença, sobretudo num target mais elevado. O Praia na Villa em Vilamoura é hoje em dia, com as devidas distâncias até pela fisionomia do espaço, a Casa do Castelo do antigamente, onde todos querem estar e onde o público é mais selecionado e cuidado.

Cada vez mais afinado ao nível da operação, quer na parte de restauração ou entretenimento noturno, vai cativando os meninos bonitos da noite lisboeta ou portuense, num estilo que se caracteriza por não inventar muito na música e criar condições para quem passa pelo filtro da porta se possa sentir especial. Foi ali onde senti mais ambiente de festa.

Por outro lado, a antiga Kadoc, espaço agora aglutinador de 3 diferentes conceitos como o Lick, o Bliss e o Bosq, tem feito as delícias dos mais novos. Com capacidade para juntar milhares de pessoas, a ideia passa muito mais pela quantidade do que pela qualidade, permitindo aos mais jovens ter estilos de música diferentes sem nunca fugir do mainstream.

A surpresa que se perspectivava com o aparecimento do Bon Vivant não se veio a confirmar por aparentes dificuldades logísticas mas ficou no ar, através da festa do Yé-Yé, um espaço amplo, com condições para fazer a diferença em Almancil no próximo ano. O MoTao na marina tem mantido o registo a que nos habituou, bem trabalhado e com um restaurante bastante agradável.

Já o Cuá Cuá na Quinta do Lago, onde antigamente existia o icónico TClub, marcou muito mais pelos jantares do que propriamente pelas festas, ficando a sensação de que falta algo mais para poder fazer a diferença.

Balanço Algarve 2022


Um aspecto que salta ainda assim à primeira vista, e não é de agora, tem a ver com o facto de por muita oferta que continue a nascer a Sul mantém-se uma lacuna que já era perfeitamente perceptível nos últimos anos. A de que falta uma casa ou um espaço (conforme lhe queiram chamar) que…


Ao fim de algumas semanas de férias de muitos portugueses no Algarve, incluindo eu próprio, já começa a ser possível descrever os resultados do que tem sido a noite, as festas e a animação que cada vez mais caminham de mãos dadas com o descanso nesta merecida época. As ofertas foram mais uma vez variadas e com a tónica a assentar sobretudo no facto de os clientes estarem ávidos de animação ao fim de dois anos de constrangimentos devido à pandemia.

Um aspecto que salta ainda assim à primeira vista, e não é de agora, tem a ver com o facto de por muita oferta que continue a nascer a Sul mantém-se uma lacuna que já era perfeitamente perceptível nos últimos anos. A de que falta uma casa ou um espaço (conforme lhe queiram chamar) que consiga absorver os muitos amantes de música eletrónica numa vertente mais alternativa e que tinham no Capítulo V e bem antes na Locomia os seus grandes bastiões.

Na verdade, e começando por falar da música, é cada vez mais evidente a falta de alternativas ao vulgarmente designado por comercial, sendo que todas as discotecas, sejam restaurantes dançantes ou mais clássicas, vão optando por estilos muito similares sem que apareça algo ou alguém capaz de suprir um buraco que vai deixando órfãos os que sempre gostaram de ouvir batidas mais house.

O lema são músicas espanholas, reggaeton, clássicos antigos ou similares que suportam muito mais os que vão sair para ver e ser vistos do que propriamente para quem sente amor pela música. Essa é aliás uma tendência cada vez mais clara, espaços com grandes privados ou áreas onde se pede um consumo mais elevado para que se possa fazer show-off, tirar umas fotografias e abrir umas garrafas de champanhe só para aparecer e mostrar que se pode.

Falando dos espaços propriamente ditos, salta à vista um que ano após ano vai fazendo a diferença, sobretudo num target mais elevado. O Praia na Villa em Vilamoura é hoje em dia, com as devidas distâncias até pela fisionomia do espaço, a Casa do Castelo do antigamente, onde todos querem estar e onde o público é mais selecionado e cuidado.

Cada vez mais afinado ao nível da operação, quer na parte de restauração ou entretenimento noturno, vai cativando os meninos bonitos da noite lisboeta ou portuense, num estilo que se caracteriza por não inventar muito na música e criar condições para quem passa pelo filtro da porta se possa sentir especial. Foi ali onde senti mais ambiente de festa.

Por outro lado, a antiga Kadoc, espaço agora aglutinador de 3 diferentes conceitos como o Lick, o Bliss e o Bosq, tem feito as delícias dos mais novos. Com capacidade para juntar milhares de pessoas, a ideia passa muito mais pela quantidade do que pela qualidade, permitindo aos mais jovens ter estilos de música diferentes sem nunca fugir do mainstream.

A surpresa que se perspectivava com o aparecimento do Bon Vivant não se veio a confirmar por aparentes dificuldades logísticas mas ficou no ar, através da festa do Yé-Yé, um espaço amplo, com condições para fazer a diferença em Almancil no próximo ano. O MoTao na marina tem mantido o registo a que nos habituou, bem trabalhado e com um restaurante bastante agradável.

Já o Cuá Cuá na Quinta do Lago, onde antigamente existia o icónico TClub, marcou muito mais pelos jantares do que propriamente pelas festas, ficando a sensação de que falta algo mais para poder fazer a diferença.