Polícia italiana impede venda ilegal de pintura de Artemisia Gentileschi por uma casa de leilões

Polícia italiana impede venda ilegal de pintura de Artemisia Gentileschi por uma casa de leilões


As autoridades alegam que os negociantes exportaram fraudulentamente 2 milhões de euros em obras da artista barroca do século XVII, para um leilão em Viena.


A polícia italiana impediu a possível venda ilegal por uma casa de leilões vienense de uma pintura do século XVII, da artista barroca Artemisia Gentileschi.

De acordo com o The Guardian, o “esquadrão de arte dos carabinieri” disse que os negociantes teriam descrito a obra como sendo pintada por “um seguidor de Gentileschi”, e “não pela própria artista”, de modo a obterem a “permissão de exportação fraudulenta das autoridades italianas”.

Segundo o jornal britânico, “Gentileschi era incomum por ter sucesso como pintora num universo dominado por homens da sua época, e tornou-se um conhecida como uma mulher corajosa por testemunhar, apesar das torturas, contra um homem que abusou de si sexualmente quando tinha apenas 17 anos”.

“A pintura estava prestes a ser leiloada”, disse o tenente-coronel Alfio Gullotta à TV estatal italiana em Bari, onde a obra-prima devolvida, ‘Caritas Romana’, em português ‘Caridade Romana’, foi exibida aos repórteres.

Os primeiros trabalhos de Gentileschi – em que seções surpreendentemente escuras das telas contrastam com seus temas iluminados -, “refletem influências do pintor Caravaggio”, escreve ainda o The Guardian. Várias das suas obras oferecem “uma visão sangrenta de histórias bíblicas e mitológicas”, muitas delas focadas na luta de mulheres fortes. Em algumas das suas pinturas, os temas são mulheres empunhando facas, espadas ou pregos contra homens.

De acordo com as autoridades – que começaram a investigar os movimentos da pintura a óleo em 2020 -, deu-se início a uma investigação criminal. A obra de arte vale pelo menos 2 milhões de euros e foi encomendada por um nobre da Apúlia, Itália, em meados do século XVII.

Além disso, afirmaram as autoridades italianas, “suspeita-se que os intermediários – usando um outro intermediário fixado na Toscana -, pretendiam vender a pintura no exterior e deliberadamente deixaram de fornecer documentação histórica sobre as origens reais da obra”.

Segundo o The Guardian, o “esquadrão de arte especializado” inclui polícias que regularmente examinam catálogos de leilões e ofertas on-line, à procura de descrições ou imagens de obras de arte ou antiguidades que foram roubadas ou correm o risco de serem exportadas ilegalmente de Itália.