Confrontos no Sudão entre tribos árabes e não árabes provocam mais de 100 mortos

Confrontos no Sudão entre tribos árabes e não árabes provocam mais de 100 mortos


“Os confrontos causaram a morte de 117 pessoas e 14 aldeias foram incendiadas na região de Kolbus, no oeste de Darfur”, disse Ibrahim Hachem, líder da tribo Gimir, que acrescentou que os confrontos opuseram elementos da sua tribo aos árabes Rizeigat.


Mais de 100 pessoas morreram hoje no oeste do Sudão em confrontos entre tribos árabes e não árabes, segundo um líder tribal.

"Os confrontos causaram a morte de 117 pessoas e 14 aldeias foram incendiadas na região de Kolbus, no oeste de Darfur", disse Ibrahim Hachem, líder da tribo Gimir, que acrescentou que os confrontos opuseram elementos da sua tribo aos árabes Rizeigat.

A região de Darfur tem sido palco de um aumento nas tensões intercomunitárias, apesar do histórico acordo de paz de outubro de 2020 com vários grupos rebeldes, que visou acabar com os combates que eclodiram em 2003, que provocaram pelo menos 300.000 mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados.

O ex-Presidente Omar al-Bashir – derrubado por um golpe de Estado dos militares em abril de 2019 -, assim como outros altos funcionários durante o seu regime, são visados pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostos crimes de guerra e crimes contra a Humanidade no quadro deste conflito.

As autoridades militares do Sudão indicaram em maio que os últimos confrontos intercomunitários na área, que deixaram mais de 200 mortos, foram "planeados" por pessoas que "conspiram" contra o país.

O vice-presidente do Conselho Soberano de Transição, Mohamed Hamdan Dagalo, disse que os acontecimentos serão investigados "com transparência".

O próprio Dagalo, popularmente conhecido como 'Hemedti', reconheceu em maio o fracasso das autoridades perante a onda de violência, que teve o epicentro em Kereinik, mas também afetou a capital do Darfur ocidental, El Geneina.