Funcionário da OMS foi morto a tiro em Myanmar, indicou ONU

Funcionário da OMS foi morto a tiro em Myanmar, indicou ONU


A vítima, identificada como Myo Min Htut, trabalhava há cinco anos como motorista da OMS e foi morto na quarta-feira, atingido por disparos enquanto conduzia uma motocicleta, numa pequena vila no sudeste do Estado de Mon.


Um funcionário da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi morto a tiro no sudeste de Myanmar (antiga Birmânia), num incidente cuja autoria é ainda desconhecida, indicou hoje a Organização das Nações Unidas num comunicado.

 

A vítima, identificada como Myo Min Htut, trabalhava há cinco anos como motorista da OMS e foi morto na quarta-feira, atingido por disparos enquanto conduzia uma motocicleta, numa pequena vila no sudeste do Estado de Mon.

Desde o golpe militar de 01 de fevereiro de 2021, Myanmar está mergulhado numa profunda crise política, social e económica que desencadeou uma espiral de violência com o surgimento de novas milícias civis e exacerbou a ação das guerrilhas.

"A ONU apela a todas as partes para que respeitem a neutralidade das Nações Unidas e dos trabalhadores humanitários e apela à proteção dos direitos e da segurança dos civis, condenando veementemente a violência contra estes", disse Ramanathan Balakrishnan, o coordenador humanitário e residente em funções da ONU.

Balakrishnan adiantou que "as Nações Unidas esperam uma investigação imparcial sobre o incidente e que os responsáveis sejam responsabilizados".

O coordenador da ONU enviou as suas condolências aos familiares de Myo Min Htut e elogiou os trabalhadores da organização internacional, que continuam a prestar apoio humanitário ao povo birmanês "durante estes tempos difíceis, contra obstáculos significativos".

Pouco antes do incidente, a OMS havia sublinhado à agência de notícias espanhola Efe, através de um comunicado, as dificuldades de fazer chegar a ajuda humanitária em Myanmar, nomeadamente porque "o acesso a certas áreas envolve riscos muito altos".

O Exército birmanês justificou o golpe de Estado devido a uma suposta fraude eleitoral em novembro de 2020, numas legislativas vencidas pelo partido liderado pela Prémio Nobel da Paz Aung Su Suu Kyi, que está atualmente presa.

Pelo menos 1.909 pessoas morreram devido à brutal repressão realizada desde o golpe de Estado pela polícia e pelo Exército, que chegaram a atirar sobre manifestantes pacíficos e desarmados, segundo dados da Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP).