Um mau começo,Sr. Comissário Ministro


É verdade que, passados 50 anos, há ainda muita gente deste pequeno país que continua a associar apenas a data do 25 de Abril à ideia de liberdade e de democracia e continua a recusar o reconhecimento de que tanto uma como outra verdadeiramente só chegaram com o 25 de Novembro. Porventura, 50 anos não…


Manuel Alegre tem toda a razão nas declarações que prestou ao i e que se publicam nestas páginas (ver texto ao lado). E que não escondem uma natural tristeza e um evidente desencanto. 

Sim, há esquecimentos que não são admissíveis. Sim – como diz o Poeta -, “pelo menos em relação a certas pessoas”.

E não – ao contrário do que diz o comissário Pedro Adão e Silva -, não é ao Protocolo do Estado que cabe a responsabilidade pela desconsideração que representa o esquecimento de um convite atempado ao ex-Presidente Ramalho Eanes ou pela igualmente incompreensível omissão do ex-deputado Manuel Alegre da lista de personalidades com presença obrigatória.

É verdade que, passados 50 anos, há ainda muita gente deste pequeno país que continua a associar apenas a data do 25 de Abril à ideia de liberdade e de democracia e continua a recusar o reconhecimento de que tanto uma como outra verdadeiramente só chegaram com o 25 de Novembro. Porventura, 50 anos não é ainda tempo suficiente para podermos olhar a História como ela foi.

E o facto de uma comissão organizadora das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril não cuidar de garantir – e o seu comissário entender que nem tem nada a ver com isso – a presença na cerimónia inaugural daquele que foi o principal artífice do 25 de Novembro, além de primeiro Presidente da República eleito pós-Revolução dos Cravos, é a prova de que ainda temos um longo caminho para percorrer na reconciliação com a nossa História recente.

Porque, como também diz Alegre, não pode haver tanta ignorância da História. Não pode!

Como alguém responsável pelas comemorações com um mínimo de cultura e um mínimo de cultura democrática, também não podia deixar de assegurar-se que uma voz de liberdade e pela liberdade como a do autor de O canto e As Armas obviamente não podia deixar de estar presente.

Não é lapso. É falha grave. E mais ainda vinda de quem, daqui a uns dias, assume funções de ministro da Cultura.

Sim, Alegre tem toda a razão: vivemos uma “cultura do Festival da Canção”.

Um mau começo,Sr. Comissário Ministro


É verdade que, passados 50 anos, há ainda muita gente deste pequeno país que continua a associar apenas a data do 25 de Abril à ideia de liberdade e de democracia e continua a recusar o reconhecimento de que tanto uma como outra verdadeiramente só chegaram com o 25 de Novembro. Porventura, 50 anos não…


Manuel Alegre tem toda a razão nas declarações que prestou ao i e que se publicam nestas páginas (ver texto ao lado). E que não escondem uma natural tristeza e um evidente desencanto. 

Sim, há esquecimentos que não são admissíveis. Sim – como diz o Poeta -, “pelo menos em relação a certas pessoas”.

E não – ao contrário do que diz o comissário Pedro Adão e Silva -, não é ao Protocolo do Estado que cabe a responsabilidade pela desconsideração que representa o esquecimento de um convite atempado ao ex-Presidente Ramalho Eanes ou pela igualmente incompreensível omissão do ex-deputado Manuel Alegre da lista de personalidades com presença obrigatória.

É verdade que, passados 50 anos, há ainda muita gente deste pequeno país que continua a associar apenas a data do 25 de Abril à ideia de liberdade e de democracia e continua a recusar o reconhecimento de que tanto uma como outra verdadeiramente só chegaram com o 25 de Novembro. Porventura, 50 anos não é ainda tempo suficiente para podermos olhar a História como ela foi.

E o facto de uma comissão organizadora das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril não cuidar de garantir – e o seu comissário entender que nem tem nada a ver com isso – a presença na cerimónia inaugural daquele que foi o principal artífice do 25 de Novembro, além de primeiro Presidente da República eleito pós-Revolução dos Cravos, é a prova de que ainda temos um longo caminho para percorrer na reconciliação com a nossa História recente.

Porque, como também diz Alegre, não pode haver tanta ignorância da História. Não pode!

Como alguém responsável pelas comemorações com um mínimo de cultura e um mínimo de cultura democrática, também não podia deixar de assegurar-se que uma voz de liberdade e pela liberdade como a do autor de O canto e As Armas obviamente não podia deixar de estar presente.

Não é lapso. É falha grave. E mais ainda vinda de quem, daqui a uns dias, assume funções de ministro da Cultura.

Sim, Alegre tem toda a razão: vivemos uma “cultura do Festival da Canção”.