A ausência da Rainha Isabel II de eventos oficiais, incluindo no Jubileu de Diamante em junho, que vai celebrar os 70 anos de reinado, não deve ser considerada um sinal de especial preocupação, afirmou hoje um especialista britânico.
Uma série de eventos públicos estão previstos entre 02 de junho (quinta-feira) e 05 de junho (domingo), quando serão celebrados dois feriados para permitir um fim de semana prolongado.
Além de um tradicional desfile militar no primeiro dia, o programa das festividades inclui, nos dias seguintes, uma cerimónia religiosa na Catedral de São Paulo, uma corrida de cavalos Derby, em Epsom Downs, um concerto de música ao vivo e festas de rua populares.
"É muito provável que ela não participe em todos os eventos e até pode retirar-se sem aviso. Os mais significativos são o (desfile) 'Trooping the Colour' e a cerimónia religiosa. No resto dos eventos poderá ser representada pela família", adiantou o jornalista Robert Jobson do Evening Standard, especialista em assuntos relacionados com a monarquia.
O estado de saúde de Isabel II causou preocupação após o cancelamento de vários compromissos no mês passado após ter sido diagnosticada com covid-19, apesar de o Palácio de Buckingham ter indicado que a monarca só teve sintomas ligeiros da doença.
Nas últimas semanas, a chefe de Estado retomou as audiências por videoconferência para aceitar as credenciais dos diplomatas estrangeiros e esta semana recebeu pessoalmente o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, no Castelo de Windsor.
"Há anos ninguém falaria das audiências com embaixadores, mas é um sinal de que ela está ativa mental e fisicamente. Fisicamente, tem bons e maus dias", disse Jobson, salientando os 95 anos de idade da rainha.
Na sua opinião, é preciso "limitar expectativas em termos de aparições, mas também não se ficar demasiado preocupado com as ausências".
Robert Jobson falava durante um encontro com jornalistas estrangeiros a propósito do lançamento de uma biografia do príncipe William, que completa 40 anos em junho, intitulada "William aos 40 anos – A Criação de um Monarca Moderno".
"Embora seja o futuro Rei, joga futebol regularmente com amigos", revelou o jornalista, apontando que o príncipe William é um adepto do clube Aston Villa, cujos jogos tenta assistir.
Outro aspeto da vida do herdeiro ao trono britânico é a importância do seu núcleo familiar e o tempo que passa com a mulher, Katherine, e com os três filhos, com o especialista a referir que William é "um defensor feroz" da sua privacidade.
Publicamente, tornou-se num defensor de causas ambientais e do apoio à saúde mental, dando uma imagem de uma pessoa calma, sensata e pragmática, mas em privado, segundo Robert Jobson, pode ser "indiferente e instável".
Sobre a relação com o irmão, o príncipe Harry, o jornalista indicou que continua rompida desde uma entrevista dada no ano passado a uma estacão norte-americana, quando, juntamente com a esposa, Meghan Markle, foram abordados comentários "racistas" feitos por membros da família real.
"É normal, há coisas que acontecem nas famílias ao longo do tempo. O príncipe Harry estava à procura de um caminho diferente, é difícil ser o segundo filho sem um papel na sucessão", resumiu.