Responsabilidade Absoluta


Isto tornou notório duas coisas. Os portugueses não queriam, nem desejavam eleições ou mudança de governo e não desejam qualquer aventureirismo de experimentação sociológica de direita com as suas vidas.


António Costa e o PS venceram com maioria absoluta e os números desta vitória contam várias histórias e é sobre elas que nos atenderemos durante um pouco.

Não escreverei nada de muito estranho ao afirmar que o resultado de domingo surpreendeu tudo e todos, incluindo António Costa e o PS.  Não quero, com isso, dizer que o PS não tenha feito tudo pelo resultado que alcançou, porque fez, mas as sondagens recentes levariam a um resultado mais disputado do que efetivamente foi.

Desde a convocação de eleições que era notório a enorme campanha nos media, acolitada pelos comentadores políticos na nossa praça, a favor de uma alteração política na governação do país. O povo respondeu a todos com um aumento da sua participação e um reforço da votação no PS.

Isto tornou notório duas coisas. Os portugueses não queriam, nem desejavam eleições ou mudança de governo e não desejam qualquer aventureirismo de experimentação sociológica de direita com as suas vidas.

Esta é a principal interpretação que faço dos resultados. Apesar do aumento da votação dos partidos de direita (o CDS há muito que estava moribundo) a maioria dos portugueses não adere e não pretende que a suas soluções para as nossas vidas seja implementada. Os portugueses estão satisfeitos com a governação atual e a viver num país governado à esquerda e com uma sociedade solidária, que trata com decência todos os seus membros.

Em resposta ao aumento de cerca de meio milhão de votos à direita, os portugueses que votam à esquerda decidiram reforçar a votação do PS, garantindo, assim, que a direita não se tornava maioritária no país e isso leva-nos a outra constatação – a esquerda uniu-se para que a direita não ganhasse as eleições.

Isto coloca, como referiu António Costa, no seu discurso na noite eleitoral, uma grande responsabilidade no PS, que terá de tudo fazer para ser merecedor dessa confiança e terá de trabalhar intensamente para não defraudar quem votou em si, com a expetativa da continuação de uma governação de esquerda.

Muitos haverá, incluindo os comentadores que previam/desejavam uma derrota eleitoral do PS, a dizer que o facto do BE e o PCP terem perdido uma grande parte dos seus votantes significa uma rejeição da esquerda. Eu digo que representa exatamente o contrário. Esses eleitores reforçaram a votação do PS precisamente para o país continuar a ter uma governação de esquerda.

Não faltará, pois, muito tempo, para que o discurso público do comentário político e dos que gostavam que o PS fosse um partido de direita (ou pelo menos não de esquerda) se transforme para uma exigência qualquer de fazer “as reformas estruturais” há muito ambicionadas por ninguém, mas apenas pela direita, que usa a expressão como eufemismo de liberalização do mercado laboral e redução de direitos dos cidadãos. Ora, foi exatamente contra isso que os portugueses votaram, dando uma maioria ao PS.

António Costa sabe que tem essa grande responsabilidade em manter o PS fiel aos valores da esquerda social-democrata e tudo terá de fazer para que o PS não saia desse rumo, mesmo com as pressões que começarão muito em breve para que o PS pratique uma governação própria de um partido de centro-direita. No fundo, para que o PS seja aquilo que não é.

O PS tem depositada em si uma confiança absoluta dos portugueses. Que a saiba honrar, continuando a melhorar a vida dos portugueses, em especial dos mais desfavorecidos.

Responsabilidade Absoluta


Isto tornou notório duas coisas. Os portugueses não queriam, nem desejavam eleições ou mudança de governo e não desejam qualquer aventureirismo de experimentação sociológica de direita com as suas vidas.


António Costa e o PS venceram com maioria absoluta e os números desta vitória contam várias histórias e é sobre elas que nos atenderemos durante um pouco.

Não escreverei nada de muito estranho ao afirmar que o resultado de domingo surpreendeu tudo e todos, incluindo António Costa e o PS.  Não quero, com isso, dizer que o PS não tenha feito tudo pelo resultado que alcançou, porque fez, mas as sondagens recentes levariam a um resultado mais disputado do que efetivamente foi.

Desde a convocação de eleições que era notório a enorme campanha nos media, acolitada pelos comentadores políticos na nossa praça, a favor de uma alteração política na governação do país. O povo respondeu a todos com um aumento da sua participação e um reforço da votação no PS.

Isto tornou notório duas coisas. Os portugueses não queriam, nem desejavam eleições ou mudança de governo e não desejam qualquer aventureirismo de experimentação sociológica de direita com as suas vidas.

Esta é a principal interpretação que faço dos resultados. Apesar do aumento da votação dos partidos de direita (o CDS há muito que estava moribundo) a maioria dos portugueses não adere e não pretende que a suas soluções para as nossas vidas seja implementada. Os portugueses estão satisfeitos com a governação atual e a viver num país governado à esquerda e com uma sociedade solidária, que trata com decência todos os seus membros.

Em resposta ao aumento de cerca de meio milhão de votos à direita, os portugueses que votam à esquerda decidiram reforçar a votação do PS, garantindo, assim, que a direita não se tornava maioritária no país e isso leva-nos a outra constatação – a esquerda uniu-se para que a direita não ganhasse as eleições.

Isto coloca, como referiu António Costa, no seu discurso na noite eleitoral, uma grande responsabilidade no PS, que terá de tudo fazer para ser merecedor dessa confiança e terá de trabalhar intensamente para não defraudar quem votou em si, com a expetativa da continuação de uma governação de esquerda.

Muitos haverá, incluindo os comentadores que previam/desejavam uma derrota eleitoral do PS, a dizer que o facto do BE e o PCP terem perdido uma grande parte dos seus votantes significa uma rejeição da esquerda. Eu digo que representa exatamente o contrário. Esses eleitores reforçaram a votação do PS precisamente para o país continuar a ter uma governação de esquerda.

Não faltará, pois, muito tempo, para que o discurso público do comentário político e dos que gostavam que o PS fosse um partido de direita (ou pelo menos não de esquerda) se transforme para uma exigência qualquer de fazer “as reformas estruturais” há muito ambicionadas por ninguém, mas apenas pela direita, que usa a expressão como eufemismo de liberalização do mercado laboral e redução de direitos dos cidadãos. Ora, foi exatamente contra isso que os portugueses votaram, dando uma maioria ao PS.

António Costa sabe que tem essa grande responsabilidade em manter o PS fiel aos valores da esquerda social-democrata e tudo terá de fazer para que o PS não saia desse rumo, mesmo com as pressões que começarão muito em breve para que o PS pratique uma governação própria de um partido de centro-direita. No fundo, para que o PS seja aquilo que não é.

O PS tem depositada em si uma confiança absoluta dos portugueses. Que a saiba honrar, continuando a melhorar a vida dos portugueses, em especial dos mais desfavorecidos.