Já se percebeu que no Reino Unido, os políticos, ou pelos menos alguns, gostam de beber um copo para desanuviar do stresse governativo. Penso que há dezenas de histórias que retratam o que se passa nos bastidores do número 10 de Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro – nomeadamente no período de Margaret Thatcher.
Mas agora há outro chefe do Governo britânico que está sempre no olho do furacão, no que diz respeito aos copos, principalmente devido a tê-lo feito em período de confinamento. Boris Johnson é associado a cinco festas ilegais, mas, apesar disso, tem conseguido sobreviver aos ataques dos opositores.
Segundo rezam as crónicas, o chefe de gabinete de Boris Johnson convocou 100 funcionários, em 20 de maio de 2021, para uma festa nos jardim da casa oficial do primeiro-ministro.
“Depois de um período incrivelmente atarefado, entendemos que seria bom aproveitarmos este tempo maravilhoso e tomarmos uma bebida, com distanciamento social”. Um pormenor bem engraçado é que o chefe de Boris Johnson, Martin Reynolds, apelou aos convivas para levarem bebidas – uma estratégia a ser seguida por todos nós quando convidamos alguém para casa.
Qual é o problema desta festa no jardim de Downing Street, supostamente um encontro para desanuviar da tensão pandémica? Acontece que o país nessa época estava em confinamento, e não fica bem aos governantes dizerem aos cidadãos para fazerem uma coisa quando eles fazem outra. Parece que esta é a quinta festa associada a Boris Johnson em tempos de pandemia e há mesmo quem diga que poderá levar à sua destituição.
Como sou sensível a festas, digo que me parece ser um motivo disparatado para destituir alguém, mas mesmo o meu lado mais brincalhão não é insensível a um gesto tão desproporcionado por governantes que não podem pedir uma coisa e fazerem outra.
P. S. O que dizer da situação de Lech Walesa, o homem do Solidariedade, antigo Presidente da Polónia e Nobel da Paz, que agora vive de vender fotografias e dar autógrafos, depois de ter entrado em falência? É triste.