O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, disse hoje que se reunirá com a liderança do Partido Liberal (PL) para decidir esta semana se irá se filiar no partido para disputar a reeleição nas presidenciais de outubro de 2022.
"Devo decidir essa semana. Devo decidir. Tenho que ter um partido. Vão me criticar: Ah, esse partido. Todos partidos têm problemas. Eu não consegui fazer o meu. A burocracia cresceu muito e foi impossível ter um partido", afirmou Bolsonaro para apoiantes em Brasília.
"Está quase certo, quase certo com o PL, tem mais uma conversa para acertar, um estado ou outro. Para a gente partir para as eleições. Vamos priorizar, da minha parte, o Senado. Não queiram tudo, porque o partido não é meu. Tem uma outra pessoa lá que fez o acordo comigo e nós temos que alinhar os nossos objetivos", acrescentou.
Eleito Presidente em 2018 pelo Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro deixou a força partidária no final de 2019 quando anunciou que pretendia formar um partido próprio nomeado como Aliança pelo Brasil.
O Presidente brasileiro, porém, não conseguiu organizar o novo partido a tempo de disputar as eleições e tem negociado ingressar num partido já constituído para disputar a reeleição.
Ao longo de sua trajetória, Bolsonaro já foi filiado a oito partidos políticos.
O Presidente brasileiro começou sua carreira política em 1988 no Partido Democrata Cristão (PDC). Em 1993, este partido se uniu ao Partido Democrático Social (PDS), criado por antigos filados da Arena que sustentou a ditadura militar no Brasil (1964-985), numa aliança que deu origem ao Partido Progressista Reformador (PPR).
O chefe de Estado ficou no PPR até 1995, quando este partido se uniu a outro e deu origem ao Partido Progressista Brasileiro (PPB).
Em 2013, Bolsonaro migrou para o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Oito anos depois, o atual Presidente filiou-se no antigo Partido da Frente Liberal (PFL), que deu origem ao Democratas (DEM), mas ficou menos de quatro meses e voltou para o Partido Progressista (PP), nova denominação do PPB.
Em 2016, Jair Bolsonaro ingressou no Partido Social Cristão (PSC) e, por fim, em 2018 filiou-se no PSL, com que disputou e vendeu as eleições presidenciais do Brasil.
O Presidente também voltou a criticar hoje a juíza Rosa Weber do Supremo Tribunal Federal (STF), que paralisou repasses de verbas do chamado orçamento secreto que garantiram apoio parlamentar ao seu Governo.
Em entrevista para o canal de Youtube Jornal da Cidade Online, Bolsonaro disse que "cada vez mais o Supremo, na verdade, interfere em tudo".
"Hoje teve interferência agora nessa história do orçamento secreto. Orçamento secreto publicado no Diário Oficial da União (…) Mas tudo bem", acrescentou.
O chefe de estado brasileiro referiu-se a emendas parlamentares pagas com dinheiro público que alegadamente estaria a ser destinado por líderes partidos de centro no Congresso, entre eles o PP e o PL, para conseguir votos de parlamentares em favor de projetos de interesse do Governo.