Que Ministério da Educação?


O Ministério da Educação, nos tempos atuais, parece não perceber, ou finge, que o futebol espetáculo não tem qualquer relação com o desporto…


O futebol profissional, segundo alguns marxistas do séc. XX, era “o ópio do povo”. Hoje é a alienação completa do cidadão medianamente instruído e dos analfabetos funcionais, ou seja, sabem ler, mas não entendem aquilo que leem!

O regime de “33” dava-lhes futebol, como forma de os ocupar, impedindo-os de pensar em política e em questões de política social.

Na década de 2010/2020, o Ministério Público tem investigado alguns clubes de futebol profissional e seus dirigentes, e tem denunciado muita corrupção: lavagem de dinheiro, fuga ao fisco, branqueamento de capitais, etc., etc., apesar desta atividade ser uma indústria e não poder ser incluída no campo do desporto, já que este é amador.

O Ministério da Educação (ME), nos tempos atuais, parece não perceber, ou finge, que o futebol espetáculo não tem qualquer relação com o desporto, além de ser uma indústria que contribui para o PIB, com 0,25% e, por isso, deve ser integrado no campo dos espetáculos, exatamente como o circo ou a tauromaquia.

O que é um facto é que no ME, o ministro e o secretário do Desporto são os responsáveis tutelares do setor, por lei, e assobiam para o lado, numa atitude incompreensível de desresponsabilidade total, recusando quaisquer responsabilidades em toda a atividade criminosa denunciada pelo Ministério Público.

É de facto incompreensível e inaceitável que o Governo, no seu todo, não reaja a esta situação não mudando de “praxis”, e consiga sentir-se confortável com a situação atual, no mundo do futebol profissional.

O Ministério Público também devia investigar a razão pela qual ninguém quer mudar a tutela do futebol profissional, depois de Luís Filipe Vieira ter insinuado, publicamente, que foi Ricardo Salgado que o colocou como presidente do Benfica.

No passado, o ME era denominado por Ministério da Instrução, e até hoje se deve colocar a questão, quanto a nós, pertinente, se não seria mais lógico mudar o nome para o de Instrução, já que todos os docentes afirmam que não estão ali para ‘educar’ ninguém, estão ali para ensinar, ou seja, transmitir conhecimentos e, alguns docentes, dizem que o que é importante é ensinar os alunos a pensar e a estruturar os seus raciocínios, dar-lhes método de raciocínio e, sobre- tudo, lógica, a que Piaget chamou a Moral do Pensamento, enquanto que, a moral é a lógica da ação.

Quer isto dizer que os professores não são educadores, já que a educação deve aprender-se em casa, e por outro lado, os professores têm que aproveitar o tempo para ensinar e não se podem dispersar com a educação, levantando-se ainda a questão que ninguém pode dar o que não tem… E quantos docentes, existem, sem educação, meu Deus!…

Ora, o ME precisa é de se concentrar na transmissão de conhecimentos aos seus alunos, no chamado processo de aquisição de conhecimentos, o que nada tem que ver com o espetáculo profissional de futebol, ou seja, com os trabalhadores do espetáculo, cujo objetivo deve ser a alienação do povo, da política nacional, o que tem conseguido, já que quase 50% do povo não vota.

Isto pode ser explicado por uma orientação errada da nossa educação nacional, que está politizada com o objetivo de alienar os futuros cidadãos “formatando-os” para a política que mais convém a alguns.

E não é preciso ser um grande cientista social para perceber isto. Vão a Espanha e vejam como tudo é diferente em resultados. Bom dia!

 

Sociólogo

Escreve quinzenalmente