A falta de vergonha de António Costa


 Há quase um ano, em dezembro de 2020, a GALP anunciou o fim da refinaria de Matosinhos, despedindo 1600 trabalhadores devido à obrigatoriedade de se fazer a transição para o fantástico mundo verde. António Costa, primeiro-ministro e António Costa secretário-geral do PS nada disseram 


O secretário-geral do Partido Socialista cada vez mais faz lembrar os charlatões das feiras que diziam que estavam ali não para enganar um, nem dois, nem três, mas todos de uma vez. A falta de vergonha é tanta que já não tem problemas em inverter completamente a história. Há quase um ano, em dezembro de 2020, a GALP anunciou o fim da refinaria de Matosinhos, despedindo 1600 trabalhadores devido à obrigatoriedade de se fazer a transição para o fantástico mundo verde. António Costa, primeiro-ministro e António Costa secretário-geral do PS nada disseram sobre o despedimento de 1600 funcionários. Eis que nove meses depois, a personagem que veste os dois fatos, em plena campanha autárquica anuncia ao mundo o seguinte: “Era difícil imaginar tanto disparate, tanta asneira, tanta insensibilidade, tanta irresponsabilidade, tanta falta de solidariedade como aquela que a Galp deu provas aqui em Matosinhos (…) Eu quero deixar claro: nada tenho contra a empresa. Agora, há algo que eu tenho: é que, neste início de processo de transição, este processo tem de ser exemplar. E quem se porta assim tem de levar uma lição. Tem de levar uma lição para que esta lição seja exemplar para todas as outras empresas que vão ter de enfrentar processos semelhantes, neste processo de transição energética”. Repito: nove meses depois, António Costa acordou para a violência do despedimento de 1600 trabalhadores e para a insensibilidade da empresa. Com exemplos como este quais serão os empresários estrangeiros que quererão investir no futuro em Portugal, um país onde o chefe de governo decide apostar na demagogia pura e dura, lembrando julgamentos populares, para ajudar os seus candidatos a terem melhores resultados nas eleições autárquicas? Olhando para a demagogia de alguns candidatos às autarquias ou juntas de freguesia, e mesmo com todos os disparates, nada se compara com a tagarelice de António Costa.