As manias de Bond, James Bond

As manias de Bond, James Bond


Com 007 – Sem Tempo Para Morrer, a saga Bond soma 25 filmes, seis progatonistas no cinema e mais de meio século de máquinas topo de gama e engenhocas – sempre muito discretas – desenhadas de propósito para que 007 escape com estilo e, de preferência, ileso, às investidas de qualquer vilão. Passamos em revista…


Aston Martin DB5

O modelo de luxo da Aston Martin ficou para sempre ligado a Bond. Lançado em 1963, em 1964 foi “promovido” por Sean Connery em Goldfinger – na novela original de Ian Fleming, Bond tinha direito a um desportivo DB Mark III mas os produtores foram convencidos a estrear a novidade. O DB5 caiu-lhe como uma luva e volta a aparecer em Thunderball (1965), GoldenEye (1995), Tomorrow Never Dies (1997), The World is Not Enough (1999), Casino Royale (2006), Skyfall (2012) e Spectre (2015). Encaixou no gosto de Bond pelas “coisas boas e rápidas da vida”. Foram fabricados 1059 DB5 entre 1963 e 1965. Uma edição “infantil” lançada a propósito do novo filme está à venda por 105 mil euros. Em 2019, um DB5 usado para promover Goldfinger foi leiloado por 6 milhões de euros. 

Sunbeam Apine Series 2

O primeiro carro de Bond é um Sunbeam Apine Series 2, que aparece numa primeira preseguição em Dr. No (1962). É alugado pelo espião num rent-a-car em Kingston para viajar até à montanha para um encontro com Miss Taro, a espia que trabalha para o vilão Dr. No.

Bentley Mark IV

Os Bentleys são também um clássico bondiano. O Bentley Mark IV é o mais incónico e surge pela primeira vez no segundo filme da saga, From Russia With Love, protagonizado por Sean Connery, com telefone com fio acoplado. Na altura (1953), Bond também já usa uma espécie de pager para o avisar de que tem uma chamada. Os Mark IV foram produzidos entre 1946 e 1952, num total de cerca de 5 mil unidades. Há alguns exemplares à venda, acima de 150 mil euros.

BELL 47G

Os helicópteros Bell, por exemplo os modelos 47J e 47G, aparecem também na maioria dos filmes dos anos 60 e 70, com os vilões a preferirem os modelos JetRanger. Bond, como é óbvio, pilota qualquer tipo de veículo, nas condições mais difíceis. Na imagem, o Bell que leva Bond à sinistra clínica do vilão Blofeld nos Alpes suíços em 007 – Ao Serviço De Sua Majestade (1969).  

BSA A65L Lightning

Bond também é homem de motas, mas a primeira a aparecer na saga foi a BSA A65L Lightning, usada pela vilã Fiona Volpe (Luciana Paluzzi) em Thunderball (1965). Em Diamonds are Forever (1971), Bond – Sean Connery – conduz uma Honda ATC90, numa das perseguições mais lentas dos filmes. As motas ganham maior protagonismo com Pierce Brosnan. Em Goldeneye (1995), conduz uma Cagiva W16.

BMW R1200C 

Em Tomorrow Never Dies (1997), a estrela é uma BMW R1200C. Na imagem, 007 (mais uma vez Pierce Brosnan) com a primeira bond girld asiática da saga, Wai Lin (Michelle Yeoh), numa cena em que dão cabo do helicópetro do sádico e neurótico Elliot Carver, que planeia começar a III Guerra Mundial.

Little Nellie

“Tenho muita curiosidade, Bond-San. O que é Little Nellie?”, pergunta Tiger Tanaka, o aliado dos serviços secretos japoneses, em You Only Live Twice (1967). “É uma boa rapariga. Muito pequena. Muito rápida. Pode fazer qualquer coisa. O seu tipo”, responde um Bond sempre cheio de manhas. “Um helicóptero brinquedo”, devolve Tanaka. “Definitivamente não é um brinquedo, verás”, responde Q.  Little Nellie é o nome de código do giroplano Wallis usado por Bond, que os serviços secretos ingleses transformam numa máquina mortífera.  

Omega

O clássico Omega Seamaster torna-se a imagem de marca de Bond em GoldenEye (1995) e foram um dos ícones que Daniel Craig não deixou sair de moda: em Casino Royale, usa dois diferentes. A cada filme, os relógios trazem novos gadgets, de lasers a uma válvula de hélio usada para detonar explosivos. As vendas da Omega dispararam com a saga e com o lançamento de várias edições especiais.  

Ericsson JB988

Um telemóvel nunca seria apenas um telemóvel em 007 e o Ericsson JB988 de Bond, usado pelo agente secreto em Tomorrow Never Dies (1997), inspira-se nos modelos da época mas inclui uma scanner de impressões digitais, um comando remoto para o seu BMW 750iL, que lhe permite viajar no banco de trás, e uma arma de eletrochoques de 20.000 volts. Quando Q lhe mostra o novo brinquedo, 007 parece cético, já que as primeiras instruções são de que se fala para baixo e ouve-se em cima. “Foi isso que andei a fazer mal toda a vida”, ironiza Bond. 

Óculos raio-X e outros truques

São usados por Pierce Brosnan em The World is Not Enough, no casino do vilão Zukovsky em Baku. Dão para ver quem está armado, mas também roupa interior… Ao longo da saga, óculos, malas, comandos, caixas de cigarros e guarda-chuvas são usados para disparar, explodir, detetar escutas e como desfribrilhadores. Mas nada anima mais Bond que uma rapariga e um Martini “batido, não mexido”. Ian Fleming criou uma receita própria para o seu herói, o Vesper Martini, com três medidas de gin Gordon’s, uma de vodca e meia do licor Kina Lillet. Reza a história que Fleming o bebia em Londres, no restaurante Scott’s.