Algarve 2021


Também o facto de a grande maioria ter que terminar a noite às 2h00 torna tudo mais saudável. Embora tenha a perfeita noção de que os mais jovens merecem o mesmo direito à diversão que eu tive na idade deles. 


As férias de Verão (independentemente dos problemas que durante o ano nos atingem com maior ou menor violência) representam para nós uma segunda oportunidade de sermos felizes e de por momentos substituirmos as preocupações por esperanças. Mais ou menos como na passagem do ano. Tenta-se viver tudo num curto espaço de tempo e criam-se expectativas muitas vezes desmesuradas. Todos os anos diferentes mas todos eles especiais.

O Algarve representa por isso nos portugueses a ilusão dos momentos perfeitos. Este ano, com uma pandemia ainda por controlar e com os espaços noturnos encerrados, a aposta dos que procuram um pouco de movimento e animação tem sido os restaurantes e os jantares em casas privadas pela noite dentro.

Como em tudo na vida há vantagens e desvantagens evidentes e como se costuma dizer “o que é muito bom para mim pode ser muito mau para ti e vice-versa”. Nota positiva (mas egoísta) o facto de não ter que levar na praia com uma enxurrada de miúdos, uns de ressaca, outros ainda bêbados com colunas aos altos berros e linguagem brejeira a interromper o meu descanso.

Também o facto de a grande maioria ter que terminar a noite às 2h00 torna tudo mais saudável. Embora tenha a perfeita noção de que os mais jovens merecem o mesmo direito à diversão que eu tive na idade deles, poucos hoje em dia (dada a massificação da noite) percebem o que é o respeito e o direito à paz ao descanso e à tranquilidade de quem procura “outro” tipo de férias.

Eu, com o passar dos anos, vou dedicando cada vez mais o meu preciso tempo (o das refeições) aos clássicos que nunca desiludem em detrimento das experiências e conceitos em que se paga pelo ambiente e a comida fica inevitavelmente para segundo plano. Por isso continuei a escolher o único sítio que me consegue tirar da praia para almoços tardios, o Gigi na Quinta do Lago, onde o peixe e o marisco continuam de babar.

Para jantar, o Paixa em Vale do Lobo, onde as ostras, os espargos verdes e inúmeros outros fantásticos petiscos dão azo a longas conversas e que sabem sempre melhor quando nos sentamos na barra “àquela hora que ninguém desconfia”.

Voltei também ao Pássaro Azul para comer aquele robalo que nunca desilude, acompanhado de batatas algarvias e do arroz de coentros, e à marisqueira Santiago, na Quarteira, onde o preço compensa sempre a qualidade. Das novidades fui conhecer o MöTao e fiquei surpreendido pela qualidade dos pratos, dos quais realço o pad thai de Camarão Tigre, que vale mesmo a pena experimentar.

Não deixo de constatar a quantidade de pessoas que se vão preocupando mais em tirar uma boa fotografia do que em aproveitar ao máximo as férias. Miúdas que arrastam os impotentes namorados para autênticas sessões fotográficas à beira mar ou que levam os amigos à exaustão enquanto escolhem o melhor ângulo dos camarões ou das saladas saudáveis antes de comer.

É gente que não retira o máximo sabor da vida sempre na ânsia de a mostrar aos outros. São tempos que se perdem só para criar desejo e iludir quem ainda acredita em vidas perfeitas. Eu desconfio sempre de quem está comigo mais preocupado em agradar aos outros. São opções e a caça ao like virou moda. Nada que importune mais umas férias maravilhosas desta vez na companhia da nova estrela da família. A minha sobrinha e futura afilhada Leonor.

Algarve 2021


Também o facto de a grande maioria ter que terminar a noite às 2h00 torna tudo mais saudável. Embora tenha a perfeita noção de que os mais jovens merecem o mesmo direito à diversão que eu tive na idade deles. 


As férias de Verão (independentemente dos problemas que durante o ano nos atingem com maior ou menor violência) representam para nós uma segunda oportunidade de sermos felizes e de por momentos substituirmos as preocupações por esperanças. Mais ou menos como na passagem do ano. Tenta-se viver tudo num curto espaço de tempo e criam-se expectativas muitas vezes desmesuradas. Todos os anos diferentes mas todos eles especiais.

O Algarve representa por isso nos portugueses a ilusão dos momentos perfeitos. Este ano, com uma pandemia ainda por controlar e com os espaços noturnos encerrados, a aposta dos que procuram um pouco de movimento e animação tem sido os restaurantes e os jantares em casas privadas pela noite dentro.

Como em tudo na vida há vantagens e desvantagens evidentes e como se costuma dizer “o que é muito bom para mim pode ser muito mau para ti e vice-versa”. Nota positiva (mas egoísta) o facto de não ter que levar na praia com uma enxurrada de miúdos, uns de ressaca, outros ainda bêbados com colunas aos altos berros e linguagem brejeira a interromper o meu descanso.

Também o facto de a grande maioria ter que terminar a noite às 2h00 torna tudo mais saudável. Embora tenha a perfeita noção de que os mais jovens merecem o mesmo direito à diversão que eu tive na idade deles, poucos hoje em dia (dada a massificação da noite) percebem o que é o respeito e o direito à paz ao descanso e à tranquilidade de quem procura “outro” tipo de férias.

Eu, com o passar dos anos, vou dedicando cada vez mais o meu preciso tempo (o das refeições) aos clássicos que nunca desiludem em detrimento das experiências e conceitos em que se paga pelo ambiente e a comida fica inevitavelmente para segundo plano. Por isso continuei a escolher o único sítio que me consegue tirar da praia para almoços tardios, o Gigi na Quinta do Lago, onde o peixe e o marisco continuam de babar.

Para jantar, o Paixa em Vale do Lobo, onde as ostras, os espargos verdes e inúmeros outros fantásticos petiscos dão azo a longas conversas e que sabem sempre melhor quando nos sentamos na barra “àquela hora que ninguém desconfia”.

Voltei também ao Pássaro Azul para comer aquele robalo que nunca desilude, acompanhado de batatas algarvias e do arroz de coentros, e à marisqueira Santiago, na Quarteira, onde o preço compensa sempre a qualidade. Das novidades fui conhecer o MöTao e fiquei surpreendido pela qualidade dos pratos, dos quais realço o pad thai de Camarão Tigre, que vale mesmo a pena experimentar.

Não deixo de constatar a quantidade de pessoas que se vão preocupando mais em tirar uma boa fotografia do que em aproveitar ao máximo as férias. Miúdas que arrastam os impotentes namorados para autênticas sessões fotográficas à beira mar ou que levam os amigos à exaustão enquanto escolhem o melhor ângulo dos camarões ou das saladas saudáveis antes de comer.

É gente que não retira o máximo sabor da vida sempre na ânsia de a mostrar aos outros. São tempos que se perdem só para criar desejo e iludir quem ainda acredita em vidas perfeitas. Eu desconfio sempre de quem está comigo mais preocupado em agradar aos outros. São opções e a caça ao like virou moda. Nada que importune mais umas férias maravilhosas desta vez na companhia da nova estrela da família. A minha sobrinha e futura afilhada Leonor.