Com o futebol profissional na sua dependência, o Ministério da Educação tem uma missão muito difícil, ou quase impossível, que é educar os “profissionais da bola”, de forma a passarem a ser pessoas com alguma educação e instrução, mas, sobre tudo, que possam aprender a gerir a sua vida profissional e privada, de modo a serem autónomos e não precisarem do Estado para sobreviver depois dos 40 anos até ao fim das suas vidas.
Para isso, a Secretaria de Estado do Desporto tem que criar um departamento que organize uma “Segurança Social”, com descontos, que vise prevenir situações de grandes carências e até de miséria, como foi o caso de Vítor Baptista. É importante que a Secretaria de Estado do Desporto assuma um papel pedagógico e de proteção social, para os jogadores do futebol profissional em articulação especial com o Ministério adequado, para este caso específico, de modo a evitar, no futuro, casos dramáticos como o do já citado Vítor Baptista, que passou por coveiro e engraxador de rua.
É evidente que terá de ter a colaboração da Federação Portuguesa de Futebol e do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol.
Há que reconhecer, preto no branco, que o futebol profissional é uma indústria que contribui com 0,25% para o PIB português e que nada tem a ver com o chamado Desporto. Não querer ver isto e não o admitir, é o mesmo que ter existido, durante quase dois anos, um conflito de interesses na Secretaria de Estado do Desporto, e não o admitir, ou fingir que não existiu.
É que a lei tem um caráter geral, e tem que se aplicar a todos os cidadãos, de forma igual, com rigor, e terá de começar pelos governantes.
Não foi o que aconteceu!
É preciso que o setor funcione para a juventude como complemento da educação cívica do cidadão, com o objetivo de formar cidadãos com espírito de cidadania e preparados para uma vivência democrática, ou seja, de igualdade entre todos.
É evidente que a sociedade civil é fruto da educação do Estado mais a educação recebida em casa, na família, a célula fundamental da sociedade e da inclusão social. Mas parece que, nos últimos anos, o ‘sistema’ está a ficar menos transparente e muito mais autoritário.
Em Portugal é cada vez mais difícil ser-se livre e independente, e dizer, sem receio das consequências, que ‘‘O Rei vai nu”, já que o poder político, atual, através de um assalariado do PS, vem logo, a correr, dizer que não, que não é verdade, pois como se pode ver “O Rei vai vestido de nu”!
Sociólogo
Escreve quinzenalmente