A evidência é tão clara que não há quaisquer dúvidas quanto à falta de competência do Governo socialista. A debilidade na competência é frequentemente demonstrada pela falta de visão para o país, pela constante trapalhada e por uma singular aptidão para o ilusionismo no que ao discurso diz respeito.
A incapacidade de planeamento – dos temas mais básicos aos mais complexos, é própria de um conjunto de pessoas completamente impreparadas para gerir causas, problemas e oportunidades. Tudo isto é evidente, e a explicação é particularmente reforçada quando corretamente analisadas as performances passadas e currículos dos membros do Governo. É mau de mais para ser verdade. Não me recordo na minha existência, de um Governo tão fraco no que à gestão do país diz respeito.
Felizmente conquistaram espaço de atuação, nestes últimos meses, o conhecimento militar nas operações e logística, e o poder local que veio em vários pontos do país colmatar a incapacidade e incompetência do Estado, do enorme estado.
Vamos ter eleições autárquicas em setembro; um ato eleitoral da maior importância. Os desafios que Portugal enfrenta, necessitam de autarcas aptos, competentes, empenhados, com currículo demonstrativo dessas capacidades. As eleições autárquicas terão lugar no final de setembro e é importante analisar o sinal que está a ser dado pelo PSD nesta fase pré-eleitoral. Num tempo em que exercer cargos políticos é simultaneamente mal visto e mal pago, o PSD numa fase difícil da sua vida, vem mostrar que há em Portugal quem esteja disposto a abdicar da sua trajetória profissionalmente bem-sucedida para se dedicar à causa pública. Essa orientação está também presente em muitas das candidaturas independentes que vão aparecendo pelo país fora. É de louvar e enaltecer o exemplo de esforço e abnegação que esse grupo de centenas de pessoas tem vindo a dar. Esse denominador comum, nos nomes apresentados para encabeçar candidaturas autárquicas, constitui motivo de esperança e, acima de tudo, deve estar na fundação da motivação e apoio de todos que ambicionam um Portugal mais moderno, com oportunidades para todos e economicamente robusto. Este movimento que na sua essência tem passado despercebido é, na minha análise, revelador de vários aspetos:
• A noção cada vez mais generalizada da importância da gestão autárquica;
• A preocupação que pessoas profissionalmente bem-sucedidas demonstram com a gestão pública;
• A vontade de inverter o ciclo de pobreza e endividamento que os socialistas tanto propagam; e por fim
• A força que a marca PSD ainda carrega na atração dos melhores e mais bem preparados para a adequada gestão das causas públicas.
A nós eleitores compete-nos alinhar com os mais bem preparados para fazer acontecer. Devemos, a bem da meritocracia, ou como a expressão “o seu a seu dono” bem traduz, perceber bem a diferença entre quem se especializa em dizer mal e acusar (papel muito importante na chamada de atenção para um conjunto de erros, injustiças e aberrações) e os que apresentam capacidade de mudar.
Temos em Portugal a capacidade de contribuir para a inversão do ciclo de atraso relativo da nossa economia, da nossa competitividade e do nosso nível de desenvolvimento. A eleição dos mais bem preparados para gerir as autarquias do país constitui a oportunidade que não devemos desperdiçar. Devemos ter a consciência de que quanto maior for a competência local maior é a capacidade de transformarmos a nível nacional.
Eduardo Baptista Correia
CEO do Taguspark e Professor da Escola de Gestão do ISCTE
Subscritor do manifesto “Por uma Democracia de Qualidade”