O lucro da Sonae caiu no ano passado 57,2%, face a 2019, para 71 milhões de euros, um resultado que foi “impactado pela pandemia”, anunciou o grupo esta quinta-feira.
“Apesar dos impactos negativos causados pela covid-19, tanto a nível operacional como no que diz respeito à reavaliação de ativos, o resultado líquido da Sonae atribuível a acionistas foi positivo e atingiu os 71 milhões de euros em 2020”, avança a nota do grupo.
Já o volume de negócios consolidados registou um crescimento de 6,1% em termos homólogos para os 6827 milhões de euros, justificado sobretudo pelo “contributo positivo da Sonae MC e da Worten”.
No quarto trimestre “e apesar das várias restrições implementadas pelas autoridades nacionais, o volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 6,6%”, alcançando os 1919 milhões de euros.
No que diz respeito ao EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) foi registado um recuo de 9,2% para os 631 milhões de euros.
“A nossa resposta à pandemia distinguiu-nos de forma clara da concorrência. Nos nossos negócios de retalho, liderámos o caminho nas vendas online e na fidelização digital dos clientes”, disse Cláudia Azevedo, líder da Sonae.
A responsável estima ainda que a suspensão do pagamento das rendas fixas aos lojistas nos centros comerciais fez sair “entre 400 milhões e 500 milhões de euros de empresas portuguesas para grupos mundiais enormes”.
Cláudia Azevedo teceu ainda duras críticas ao leilão do 5G que considera um procedimento que “não tem pés nem cabeça”. “Este leilão não faz sentido nenhum”, é “inacreditável”, acrescentou.
“O que atrai para Portugal são pessoas que não têm compromisso com Portugal, não têm compromisso de investimento e, se não gostarem das rentabilidades, vão-se embora. O 5G é fundamental e o concurso não tem pés nem cabeça”, criticou.