Alicerces para Campeões


Ao longo dos últimos tempos desportistas portugueses têm alcançado sucessos nas suas modalidades que há coisa de uma década era algo de inimaginável. Aliás, alguns desses sucessos têm sido em modalidades que a generalidade dos portugueses desconhecia por completo a existência de tão extraordinária capacidade dos nossos atletas.


Se os sucessos no Judo têm sido já uma constante, junta-se-lhes agora sucessos desportivos em modalidades que vão do motociclismo ao ténis de mesa, passando pelo remo, pela canoagem, pelo surf, pelo ciclismo de estrada e de pista, pelas diversas modalidades de atletismo e pelo andebol, apenas para referir algumas.

No fim-de-semana passado, a excelência dos nossos atletas nacionais ficou, mais uma vez, demonstrada com os três títulos europeus de atletismo em pista coberta.

Congratulando os três, bem como todos os restantes atletas portugueses, que dão hoje cartas nas suas modalidades, é justo o seu reconhecimento e valorização, especialmente num país desportivamente marcado pelo futebol, que também ele tem dado cartas ao nível mundial, constata-se que há mais mundo desportivo para lá do desporto-rei e muito bem.

Para tudo isto têm contribuindo em primeiro lugar os protagonistas. Os atletas portugueses que, ultrapassando demasiadas vezes demasiadas adversidades, conseguem alcançar os resultados que lhes permitem, a eles e às suas modalidades, sair do anonimato e elevar o nome de Portugal e que nos enchem de orgulho em sermos portugueses. A eles, aos seus treinadores, aos seus clubes e às suas federações desportivas devemos agradecer pela resiliência e pela crença que precisam de ter para que os celebremos como verdadeiros heróis nacionais.

Em segundo lugar, creio ser também justo o agradecimento e homenagem a uma pessoa em particular que há cerca de uma década soube ver o potencial desportivo do nosso país e, numa altura em que tanto se fala de bom aproveitamento dos fundos comunitários, soube utilizar um quadro comunitário europeu e direcioná-lo para o investimento em infraestruturas e equipamentos desportivos, que permitem a Portugal ter hoje centros de treino e alto rendimento nas mais diversas modalidades em diversos pontos do território nacional. Essa pessoa é Laurentino Dias, Secretário de Estado da Juventude e Desporto entre 2005 a 2011. Estando Laurentino Dias, atualmente distante da política ativa, penso que não suscitará “partidarites” este justo reconhecimento.

Não desvalorizando o esforço individual dos atletas, dos seus treinadores, dos seus clubes e dirigentes, penso que muitos dos resultados que hoje celebramos coletivamente enquanto portugueses, se devem à sua visão, ultrapassando também adversidades, ao lançar os alicerces e implementar centros de performance e alto rendimento desportivo em todo o país e que hoje são, não só infraestruturas de nível mundial para a prática das modalidades a que estão destinadas, como são os casos dos Centros de Alto Rendimento de Sangalhos (ciclismo de pista) e de Montemor-o-Velho (Remo e Canoagem), como são um ponto de acolhimento de muitos praticantes dessas modalidades que acabam por trazer um acréscimo à atividade económica local.

Obviamente que Laurentino Dias não foi responsável sozinho pela concretização destas infraestruturas, pois também as devemos a autarcas e dirigentes desportivos, mas é sobretudo a ele que devemos a estratégia e o início deste caminho que o desporto nacional hoje trilha.

Os méritos individuais dos atletas são inquestionáveis, mas estou certo que, sem as infraestruturas desportivas que existem hoje, o seu sucesso seria um pouco mais difícil.

Esta pequena crónica servirá também para que se recorde que os fundos europeus (como parece ser moda dizer nestes dias) não foram um desperdício de recursos financeiros nas décadas anteriores e este exemplo ilustra na perfeição o investimento que foi possível fazer e que produz hoje tantos campeões que nos enchem de orgulho pelos seus feitos como se fossemos nós.

Pedro Vaz


Alicerces para Campeões


Ao longo dos últimos tempos desportistas portugueses têm alcançado sucessos nas suas modalidades que há coisa de uma década era algo de inimaginável. Aliás, alguns desses sucessos têm sido em modalidades que a generalidade dos portugueses desconhecia por completo a existência de tão extraordinária capacidade dos nossos atletas.


Se os sucessos no Judo têm sido já uma constante, junta-se-lhes agora sucessos desportivos em modalidades que vão do motociclismo ao ténis de mesa, passando pelo remo, pela canoagem, pelo surf, pelo ciclismo de estrada e de pista, pelas diversas modalidades de atletismo e pelo andebol, apenas para referir algumas.

No fim-de-semana passado, a excelência dos nossos atletas nacionais ficou, mais uma vez, demonstrada com os três títulos europeus de atletismo em pista coberta.

Congratulando os três, bem como todos os restantes atletas portugueses, que dão hoje cartas nas suas modalidades, é justo o seu reconhecimento e valorização, especialmente num país desportivamente marcado pelo futebol, que também ele tem dado cartas ao nível mundial, constata-se que há mais mundo desportivo para lá do desporto-rei e muito bem.

Para tudo isto têm contribuindo em primeiro lugar os protagonistas. Os atletas portugueses que, ultrapassando demasiadas vezes demasiadas adversidades, conseguem alcançar os resultados que lhes permitem, a eles e às suas modalidades, sair do anonimato e elevar o nome de Portugal e que nos enchem de orgulho em sermos portugueses. A eles, aos seus treinadores, aos seus clubes e às suas federações desportivas devemos agradecer pela resiliência e pela crença que precisam de ter para que os celebremos como verdadeiros heróis nacionais.

Em segundo lugar, creio ser também justo o agradecimento e homenagem a uma pessoa em particular que há cerca de uma década soube ver o potencial desportivo do nosso país e, numa altura em que tanto se fala de bom aproveitamento dos fundos comunitários, soube utilizar um quadro comunitário europeu e direcioná-lo para o investimento em infraestruturas e equipamentos desportivos, que permitem a Portugal ter hoje centros de treino e alto rendimento nas mais diversas modalidades em diversos pontos do território nacional. Essa pessoa é Laurentino Dias, Secretário de Estado da Juventude e Desporto entre 2005 a 2011. Estando Laurentino Dias, atualmente distante da política ativa, penso que não suscitará “partidarites” este justo reconhecimento.

Não desvalorizando o esforço individual dos atletas, dos seus treinadores, dos seus clubes e dirigentes, penso que muitos dos resultados que hoje celebramos coletivamente enquanto portugueses, se devem à sua visão, ultrapassando também adversidades, ao lançar os alicerces e implementar centros de performance e alto rendimento desportivo em todo o país e que hoje são, não só infraestruturas de nível mundial para a prática das modalidades a que estão destinadas, como são os casos dos Centros de Alto Rendimento de Sangalhos (ciclismo de pista) e de Montemor-o-Velho (Remo e Canoagem), como são um ponto de acolhimento de muitos praticantes dessas modalidades que acabam por trazer um acréscimo à atividade económica local.

Obviamente que Laurentino Dias não foi responsável sozinho pela concretização destas infraestruturas, pois também as devemos a autarcas e dirigentes desportivos, mas é sobretudo a ele que devemos a estratégia e o início deste caminho que o desporto nacional hoje trilha.

Os méritos individuais dos atletas são inquestionáveis, mas estou certo que, sem as infraestruturas desportivas que existem hoje, o seu sucesso seria um pouco mais difícil.

Esta pequena crónica servirá também para que se recorde que os fundos europeus (como parece ser moda dizer nestes dias) não foram um desperdício de recursos financeiros nas décadas anteriores e este exemplo ilustra na perfeição o investimento que foi possível fazer e que produz hoje tantos campeões que nos enchem de orgulho pelos seus feitos como se fossemos nós.

Pedro Vaz