Orçamento.”Mantemos a porta aberta caso o governo queira reconsiderar”, diz Mariana Mortágua

Orçamento.”Mantemos a porta aberta caso o governo queira reconsiderar”, diz Mariana Mortágua


Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, pediu ao executivo que “reconsidere” algumas propostas que o seu partido colocou na mesa há meses. A porta está aberta, mas o partido de Catarina Martins só apoia “uma política que responda à crise”. O PS já respondeu que não se pode acrescentar “linhas vermelhas” todos os dias.


Está instalado o impasse e uma espécie de braço de ferro entre governo e Bloco de Esquerda. O Governo enviou informação ao Bloco de Esquerda sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2021, mas não houve evolução. A proposta de Orçamento não refletia uma parte das medidas consideradas cruciais para o BE. Mais, Catarina Martins, coordenadora do partido, avisou pela manhã na Antena 1 que o BE não tinha condições para viabilizar o Orçamento tal como está ( e será entregue ainda esta segunda-feira).

Horas mais tarde, Mariana Mortágua, do BE, explicou em direto à RTP3 que "o BE não fecha portas; nunca fechámos. A nossa proposta está aberta. Até à votação na generalidade, há tempo para o Governo reconsiderar as propostas que colocámos em cima da mesa. Elas são pontos essenciais para que o Bloco possa caucionar ou apoiar a resposta à crise que aí vem e, por isso, somos tão exigentes”, avisou Mariana Mortágua. E insistiu várias vezes na mesma ideia: "Manteremos a porta aberta caso o governo queira reconsiderar". O BE lembrou que as suas propostas não são "caprichos" ou medidas de última hora. São conhecidas há meses pelo governo.

A deputada explicou o que o BE pretende: reforço no Serviço Nacional de Saúde, com condições para a contratação de mais médicos, mas também condições para que permaneçam no SNS. Mais, a nova prestação social para trabalhadores informais ou precários na ordem dos 500 euros não pode durar só seis meses ou ser construída com condição de recursos, sob pena de ser tornar um "fogacho".

Outra das exigências é a proteção contra os despedimentos e revisão das indemnizações para tornar mais difícil esses mesmos despedimentos. E claro uma há uma exigência antiga: a do  Novo Banco.

Para Mariana Mortágua o orçamento do Estado não se pode "comprometer" com qualquer valor para o Novo Banco. E qualquer injeção financeira não pode passar pelo Fundo de Resolução, mesmo que sejam os bancos a fazê-lo. 

O BE quer tudo por escrito para este orçamento até à votação na generalidade no dia 28 de outubro.

Entretanto, o PS, pela voz de João Paulo Correira, lembrou ao BE (também à RTP3) que não se podem acrescentar "linhas vermelhas" todos os dias, mas mostrou-se disponível para negociar "até ao último minuto" para que não haja crise.