Nem com muito esforço o óbvio está à nossa frente!


Como é sabido, continua a ser notícia a gestão (ou falta dela) relativamente ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Por isso relato, como exemplo, o registo na minha área de residência. Uma vez que segundo o portal de serviços do estado (ePortugal.gov) é necessário a deslocação ao centro de saúde para proceder à inscrição, decidi…


Como é sabido, continua a ser notícia a gestão (ou falta dela) relativamente ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Por isso relato, como exemplo, o registo na minha área de residência.

Uma vez que segundo o portal de serviços do estado (ePortugal.gov) é necessário a deslocação ao centro de saúde para proceder à inscrição, decidi deslocar-me ao centro de saúde de Alcabideche para iniciar o processo.

Ao chegar ao centro de saúde constato que todos os lugares de estacionamentos ocupados; a existência de uma barreira de cadeiras meio metro antes do guiché; e para além das cadeiras, existe uma barreira transparente que nos separa do funcionário.

De qualquer forma, sou amavelmente informado para me deslocar ao centro de saúde de Cascais, ao lado do mercado, e, ali entregam-me um papel com os números para contacto telefónico. Lá passo por cima das ditas cadeiras e estico-me todo para conseguir pegar no papel.

Telefono e sou atendido por uma funcionária que confirma que estou registado como utente não ativo no meu centro de saúde anterior, e, como tal, nada poderia fazer tendo eu de entrar em contacto com o centro de saúde da minha antiga área de residência para ativarem o registo.

Dirijo-me ao centro de saúde de Carnaxide, depois de não conseguir ser atendido telefonicamente, e sou confrontado com uma fila de pessoas à espera, do lado de fora do centro da saúde.

Nesse local deparo-me com um conjunto de cartazes que, entre várias informações, alertam em letras garrafais “FIQUE EM CASA” e “Recorra apenas em situações inadiáveis”. Juro que pensei várias vezes se não estaria a correr risco de vida por ali estar.

Quando sou admitido, sou direcionado para uma sala de espera vazia e atendido quase imediatamente. Depois de informar ao que vou, sou instruído que não tem de ser reativado nenhum registo e que os colegas do centro de saúde de Cascais têm, pura e simplesmente, que efetuar o registo!

Assim que chego ao centro da saúde de Cascais indicam-me para sair e dirigir-me à quarta janela do lado direito. Até pensei que tinha ouvido mal!

Quando atendido, sou redirecionado para o interior do centro de saúde e constato, mais uma vez, estar praticamente vazio. Além disso, lá estava novamente a barreira de cadeiras. De seguida, sou informado que o processo vai obrigar ao preenchimento de nova ficha de registo, coisa que é efetuada em 2 minutos. Com isto passaram duas horas!

Em resumo, gostaria de salientar 3 factos:

  1. O profissionalismo e empenho de todas as pessoas que contactei é irrepreensível;
  2. A confusão de processos e dependências num país que luta com questões de produtividade, obriga aos utentes a suportar estes custos em detrimento de trabalho produtivo no seu local de trabalho. Se demorei duas horas, usando viatura própria no mês de agosto, imaginem quanto tempo passará alguém mais vulnerável que tem de se deslocar de transportes públicos em alturas mais movimentadas!
  3. A perceção de risco entre público e privado é abismal:
    1. A obrigação das pessoas, muitas delas idosas, de esperar em pé, fora do edifício, quando no interior existe espaço para albergar sentados os utentes;
    2. A imposição do distanciamento físico via barreiras duplas que fere de morte a comunicação sem, no entanto, garantir o distanciamento por impossibilidade prática;
    3. Os exemplos de comunicação escrita alarmista, para evitar deslocações, pode em parte explicar a existência de situações de saúde que não estão a ter o tratamento devido.

Como esta situação são vários os exemplos, em que nós Portugueses, para além de pagar via os nossos impostos os serviços públicos, pagamos novamente com tempo gasto em detrimento da nossa atividade profissional.

Uma solução que é apresentada pelo partido Iniciativa Liberal passa por existirem várias entidades financiadoras a intermediar a relação dos cidadãos com os prestadores de saúde, quer públicos ou privados, e assim promover o uso mais eficiente possível de todos os recursos nacionais que temos ao dispor. Esta não é uma questão de ideologia entre público ou privado é a saúde de todos nós! A saúde não tem ideologia e não pode esperar. É altura de descomplicar e colocar a saúde no século XXI, com aquilo que temos à nossa frente.

 

João Silva de Almeida, gestor e membro Iniciativa Liberal

 

 

Nem com muito esforço o óbvio está à nossa frente!


Como é sabido, continua a ser notícia a gestão (ou falta dela) relativamente ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Por isso relato, como exemplo, o registo na minha área de residência. Uma vez que segundo o portal de serviços do estado (ePortugal.gov) é necessário a deslocação ao centro de saúde para proceder à inscrição, decidi…


Como é sabido, continua a ser notícia a gestão (ou falta dela) relativamente ao Serviço Nacional de Saúde (SNS). Por isso relato, como exemplo, o registo na minha área de residência.

Uma vez que segundo o portal de serviços do estado (ePortugal.gov) é necessário a deslocação ao centro de saúde para proceder à inscrição, decidi deslocar-me ao centro de saúde de Alcabideche para iniciar o processo.

Ao chegar ao centro de saúde constato que todos os lugares de estacionamentos ocupados; a existência de uma barreira de cadeiras meio metro antes do guiché; e para além das cadeiras, existe uma barreira transparente que nos separa do funcionário.

De qualquer forma, sou amavelmente informado para me deslocar ao centro de saúde de Cascais, ao lado do mercado, e, ali entregam-me um papel com os números para contacto telefónico. Lá passo por cima das ditas cadeiras e estico-me todo para conseguir pegar no papel.

Telefono e sou atendido por uma funcionária que confirma que estou registado como utente não ativo no meu centro de saúde anterior, e, como tal, nada poderia fazer tendo eu de entrar em contacto com o centro de saúde da minha antiga área de residência para ativarem o registo.

Dirijo-me ao centro de saúde de Carnaxide, depois de não conseguir ser atendido telefonicamente, e sou confrontado com uma fila de pessoas à espera, do lado de fora do centro da saúde.

Nesse local deparo-me com um conjunto de cartazes que, entre várias informações, alertam em letras garrafais “FIQUE EM CASA” e “Recorra apenas em situações inadiáveis”. Juro que pensei várias vezes se não estaria a correr risco de vida por ali estar.

Quando sou admitido, sou direcionado para uma sala de espera vazia e atendido quase imediatamente. Depois de informar ao que vou, sou instruído que não tem de ser reativado nenhum registo e que os colegas do centro de saúde de Cascais têm, pura e simplesmente, que efetuar o registo!

Assim que chego ao centro da saúde de Cascais indicam-me para sair e dirigir-me à quarta janela do lado direito. Até pensei que tinha ouvido mal!

Quando atendido, sou redirecionado para o interior do centro de saúde e constato, mais uma vez, estar praticamente vazio. Além disso, lá estava novamente a barreira de cadeiras. De seguida, sou informado que o processo vai obrigar ao preenchimento de nova ficha de registo, coisa que é efetuada em 2 minutos. Com isto passaram duas horas!

Em resumo, gostaria de salientar 3 factos:

  1. O profissionalismo e empenho de todas as pessoas que contactei é irrepreensível;
  2. A confusão de processos e dependências num país que luta com questões de produtividade, obriga aos utentes a suportar estes custos em detrimento de trabalho produtivo no seu local de trabalho. Se demorei duas horas, usando viatura própria no mês de agosto, imaginem quanto tempo passará alguém mais vulnerável que tem de se deslocar de transportes públicos em alturas mais movimentadas!
  3. A perceção de risco entre público e privado é abismal:
    1. A obrigação das pessoas, muitas delas idosas, de esperar em pé, fora do edifício, quando no interior existe espaço para albergar sentados os utentes;
    2. A imposição do distanciamento físico via barreiras duplas que fere de morte a comunicação sem, no entanto, garantir o distanciamento por impossibilidade prática;
    3. Os exemplos de comunicação escrita alarmista, para evitar deslocações, pode em parte explicar a existência de situações de saúde que não estão a ter o tratamento devido.

Como esta situação são vários os exemplos, em que nós Portugueses, para além de pagar via os nossos impostos os serviços públicos, pagamos novamente com tempo gasto em detrimento da nossa atividade profissional.

Uma solução que é apresentada pelo partido Iniciativa Liberal passa por existirem várias entidades financiadoras a intermediar a relação dos cidadãos com os prestadores de saúde, quer públicos ou privados, e assim promover o uso mais eficiente possível de todos os recursos nacionais que temos ao dispor. Esta não é uma questão de ideologia entre público ou privado é a saúde de todos nós! A saúde não tem ideologia e não pode esperar. É altura de descomplicar e colocar a saúde no século XXI, com aquilo que temos à nossa frente.

 

João Silva de Almeida, gestor e membro Iniciativa Liberal