“Quando me dizem que posso chegar aos 100, eu digo que não chega…101 golos por Portugal”. Foi desta forma que Cristiano Ronaldo reagiu após ultrapassar a centena de golos pela seleção nacional. O feito foi registado após bisar e garantir a vitória portuguesa ante a Suécia, em jogo da Liga das Nações. No mesmo palco onde já tinha feito história há sete anos, com o hat-trick que permitiu o apuramento de Portugal para a fase final do Mundial 2014, Ronaldo voltou a vencer os suecos e a fazer história.
O avançado da Juventus soma até agora 165 jogos com a camisola da equipa das quinas e promete bater brevemente o recorde mundial de Ali Daei, atual goleador máximo por seleções, com a marca de 109 golos.
Atualmente em segundo lugar, o capitão da seleção nacional está a apenas nove golos de se isolar no topo desta tabela.
Com a certeza de que irá celebrar no futuro próximo nova ultrapassagem, por enquanto, CR7 tornou-se já o primeiro jogador europeu a atingir os 100 golos pela sua seleção.
Há dois anos que o capitão da seleção portuguesa exibe o estatuto de melhor marcador europeu de seleções, deixando para trás o húngaro Ferenc Puskás (segundo, com 84 golos). O avançado de 35 anos ultrapassou Puskás durante o campeonato do Mundo de 2018, após o golo apontado frente a Marrocos, na altura o seu 85.o por Portugal.
17 anos memoráveis
Cristiano Ronaldo estreou-se em agosto de 2003, num jogo amigável entre Portugal e o Cazaquistão. Com Luiz Felipe Scolari como selecionador, CR7 foi lançado em campo no início da segunda metade, para o lugar de Luís Figo.
No ano seguinte estreou-se a marcar com a camisola da seleção, no encontro inaugural do Euro 2004, frente à Grécia.
O então jovem de apenas 19 anos marcou de cabeça para lá dos 90 minutos, na sequência de um canto cobrado por… Figo. O resto da história é histórico e promete conhecer novos capítulos.
“Eu não marquei 100 golos na minha carreira, e tu 100, só na seleção… Há quem nunca marque 100 golos na carreira! Sempre soube como eras dedicado, como tinhas fome de vencer e o quanto trabalhas. Por isso, mereces. Vamos ao próximo objetivo”, comentou Rio Ferdinand, antigo companheiro de equipa de Ronaldo nos ingleses do Man. United.
As homenagens por este novo feito notável multiplicaram-se, com o craque português em destaque além-fronteiras. Na vizinha Espanha, onde o avançado esteve durante quase uma década, ao serviço do Real Madrid, o diário Marca destacou os golos “bestiais” e o AS vai mais longe, falando até num autêntico “disparate” de golo. Já em Itália, onde atualmente dá cartas em Turim, o Corriere dello Sport escreveu: “Ronaldo no comando”. Por Inglaterra, onde brilhou no início da carreira, o Sun enalteceu os dois golos “deslumbrantes” daquele que considera a “superestrela portuguesa”, enquanto a BBC falou num momento “espetacular”. Na Argentina, o diário desportivo Olé catalogou o avançado luso como um “animal competitivo” que não se cansa aos 35 anos. Também o australiano The World Game mencionou o bis de CR7, classificando o capitão da seleção nacional como “a maior máquina goleadora de todos os tempos”.
Cristiano Ronaldo apontou o golo 100 através de um livre direto irrepreensível, bisando depois na partida com um golo de belo efeito.
De resto, o pé direito tem sido a principal arma de CR7 nestes 17 anos por Portugal: dos 101 golos marcados, o avançado apontou 55 com aquele pé, contando entretanto com mais golos de cabeça do que de pé esquerdo: 24 contra 22!
Destes 101, 80 foram de bola corrida, dez de livre direto e 11 de penálti.
As vítimas de Cr7
Os dois golos de Ronaldo contra a Suécia foram o seu sexto e sétimo contra os escandinavos, num registo que iguala os sete remates certeiros ante a Lituânia – as duas seleções que mais sofreram às mãos do atual segundo maior goleador de sempre por seleções.
O capitão da equipa das quinas disputou 15 jogos frente às seleções dos cinco principais países europeus (defrontou duas vezes a Inglaterra, três a França, três a Alemanha, duas a Itália e cinco a Espanha), mas apenas marcou contra os espanhóis, com o inolvidável hat-trick no Mundial de 2018.
CR7 conta ainda com cinco golos ante Andorra, Arménia, Letónia e Luxemburgo; fez póquer frente à Estónia, Ilhas Faroé, Hungria e Holanda; coleciona hat-tricks diante da Bélgica, Dinamarca, Irlanda do Norte, Rússia, Suíça e Espanha; e bisou perante Arábia Saudita, Cazaquistão, Egito, República Checa, Chipre, Camarões, Bósnia e Azerbaijão. Marcou ainda um golo a Argentina, Croácia, Equador, Finlândia, Gana, Grécia, Islândia, Irão, Marrocos, Nova Zelândia, Coreia do Norte, Panamá, Polónia, Sérvia, Eslováquia, Ucrânia e País de Gales.
E o próximo capítulo do homem que não conhece barreiras está já Ali – faltam nove golos para se tornar o maior de sempre.
“Parabéns, Cristiano! Mais de 100 golos pela tua seleção! Um recorde fantástico que só está ao alcance de uma lenda viva do futebol mundial como tu és”