Está fechada uma das decisões para as próximas semanas. A fase final da Champions, que deverá decorrer entre os dias 12 a 23 de agosto, não terá público nos estádios. A indicação foi dada ontem pela diretora-geral da Saúde na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia. Graça Freitas explicou que será mantida a regra que vigorou no campeonato nacional e que se repete já no próximo sábado no final da Taça de Portugal: estádios vazios. Quanto às comemorações, a diretora-geral da Saúde deixou a expectativa de que o comportamento dos adeptos continue a ser “exemplar”: “Comemorar não é proibido, havendo distancia e regras e o mesmo se aplicará.” Nos festejos do título do Porto houve no entanto algumas concentrações, que não é claro ainda como serão prevenidas. Um estudo do Instituto Português de Administração e Marketing estimou recentemente o impacto económico da Liga dos Campeões em 50,4 milhões de euros, apontando para a presença de 16 mil adeptos sem bilhete e 3.300 visitantes na final..
Esta quinta-feira, sendo seguido o modelo dos últimos meses, o Conselho de Ministros deverá aprovar medidas pelo menos para a próxima quinzena, que não abrange ainda a data da final da prova desportiva. Na segunda-feira, o ministro da Administração Interna já admitiu que deverá ser levantado o estado de calamidade nas freguesias que no início de julho foram sinalizadas como tendo mais casos, mantendo-se no entanto o estado de contingência na área metropolitana de Lisboa e restrições como o fecho do comércio às 20h (supermercados até às 22h) e proibição do consumo de álcool na via pública. Os ajuntamentos deverão manter o limite de 10 pessoas em Lisboa, pelo menos nos próximos 15 dias, sendo que até aqui é de cinco pessoas nas freguesias com mais casos nos concelhos de Sintra, Amadora, Loures, Odivelas e na freguesia de Santa Clara, em Lisboa, a única da capital que integrou a lista de localidades com mais casos.
O número de novos casos na grande Lisboa tem estado a baixar, mas a área metropolitana continua a ter a maior taxa de incidência de covid-19 a nível nacional, com os cinco concelhos com mais casos a registarem mais de 100 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Nos mapas publicados semanalmente pelo Centro Europeu de Controlo e Prevenção de Doenças, Lisboa tem sido uma das áreas a vermelho, situação que se verifica agora também na Catalunha. A expectativa continua a ser que o abrandamento dos novos casos resulte num desagravamento, mas o patamar continua mais elevado do que no resto do país. Ontem foram confirmados 203 novos casos no país, dos quais 146 na região Lisboa, 36 na região Norte, sete no Centro, nove no Alentejo e cinco no Algarve, que há dois dias não registava novas infeções. Nos últimos sete dias registaram-se 1078 novos casos na região de Lisboa, o que compara com 1389 na semana anterior. Nos primeiros sete dias de julho, quando se mantiveram regras mais apertadas na área metropolitana e ainda mais nas freguesias com mais casos, Lisboa registou 1934 novos casos. De acordo com as indicações deixadas por Eduardo Cabrita após a reunião de segunda com os autarcas, ainda não deverá ser nas próximas semanas que o país passará a estar todo à mesma velocidade, sendo que no resto do país vigora desde o início do mês o estado de alerta e pode haver por exemplo ajuntamentos até 20 pessoas. Por exemplo os parques infantis já abriram e as lojas por exemplo dos centros comerciais podem estar abertas no horário normal até às 24 – em Lisboa fecham às 20h. Os bares ainda não tiveram autorização para reabrir. O jornal Público adianta que o Governo pondera a reabertura destes estabelecimentos com as mesmas regras dos cafés, o que no caso da área metropolitana de Lisboa implica o fecho às 20h.
A secretária de Estado Adjunta e da Saúde anunciou ontem que vai ser reforçada a reserva estratégia de medicamentos e dispositivos. O presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, adiantou que o SNS já tratou 133 doentes com covid-19 com o fármaco remdesivir, um dos medicamentos que mostrou resultados no tratamento da doença e que entretanto foi objeto de uma autorização condicional da Agência Europeia de Medicamentos para casos de adultos e adolescentes com quadro de pneumonia.