Pico de mortalidade no final de maio por explicar

Pico de mortalidade no final de maio por explicar


41% do excesso de mortalidade desde o desconfinamento não é explicado pelo vírus. 


Nas primeiras seis semanas de desconfinamento, entre 3 de maio e 13 de junho, morreram em Portugal mais 807 pessoas do que seria expectável face à média de óbitos neste período nos últimos seis anos. A nova análise sobre o excesso de mortalidade durante a pandemia foi divulgada esta quinta-feira pela Escola Nacional de Saúde Pública, que conclui que 41% dos 807 óbitos que se registaram a mais foram causados por outras causas naturais que não a COVID-19, sendo agora o excesso de mortalidade inferior ao que foi apurado nos primeiros meses da pandemia.

Os investigadores consideram estes óbitos mortes colaterais da pandemia que ainda estão por explicar, assinalando ainda que entre os dias 24 e 31 de maio de 2020 se registou um pico de mortalidade e entretanto os óbitos diários estão de novo dentro do expectável. “Gostaríamos de saber mais sobre as causas desses óbitos, mas os dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde não permitem fazer análises por grupos diagnósticos mais detalhados”, disse em comunicado a ENSP, admitindo que possam dever-se a casos de doença crónica grave cujo diagnóstico e tratamento possam ter sido adiados devido à pandemia (pelos doentes ou pelos serviços).