A Proteção Civil decidiu reforçar o alerta aos peregrinos com a aproximação do dia 13 de Maio. E, apesar do levantamento do estado de emergência, as forças de segurança estão desde este fim de semana a fazer ações em diversos pontos do país, havendo relatos de pessoas que queriam entrar ontem em Fátima e que eram obrigadas a apresentar uma justificação e a revelar se pretendiam pernoitar na cidade, informações alegadamente pedidas em áreas da responsabilidade da GNR.
“Estão nas rotundas a perguntar às pessoas de onde vêm e a dizer que, se não são de cá, não podem cá ficar”, contou uma das pessoas que foram mandadas parar, questionando: “Podem não autorizar a estadia das pessoas não sendo estado de emergência?”
Questionada pelo i, fonte oficial da GNR assegurou que “não houve lugar a qualquer bloqueio” nas entradas, acrescentado inclusivamente que ontem se registou “trânsito de baixa intensidade, praticamente local”. A PSP, também contactada, recusou ter feito qualquer ação com vista a proibir a circulação: “Estamos a sensibilizar e informar os grupos de peregrinos que habitualmente se organizam na nossa área para, este ano, se mobilizarem para ficar em casa”.
No documento da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém em que se dava conta das ações de sensibilização que iriam ter lugar lê-se: “Nos próximos dias, que antecedem esta importante celebração religiosa que decorrerá no Santuário de Fátima sem peregrinos, as forças de segurança – GNR e PSP -, em diversos pontos do país, estarão no terreno para esclarecer e informar pedagogicamente os eventuais peregrinos que insistam em fazer-se à estrada e peregrinar até Fátima”.
“O momento que atravessamos obriga a uma grande responsabilidade cívica e social. É imperativo que não se coloque em risco o que foi conseguido com comportamentos que potenciam o ajuntamento de pessoas”, acrescentava ainda, sem nunca fazer menção a qualquer proibição de entradas ou circulação mediante a apresentação de justificação: “Sair de casa e percorrer vários quilómetros, a pé ou de carro, é um comportamento de risco. Além disso, não serão instalados os dispositivos habituais de apoio aos peregrinos de Fátima nos pontos dos percursos que tradicionalmente são seguidos”.