“Os investidores internacionais continuam com muito interesse em Portugal”. A conclusão surge na publicação Covid-19 Portugal Market Update, da Cushman & Wakefield, que surge com o objetivo de analisa as implicações da atual pandemia nos vários setores do mercado imobiliário português (escritórios, retalho, industrial/logística, hotelaria, residencial e investimento).
Segundo o relatório, “o bom desempenho da economia” portuguesa e “a resposta ao surto de covid-19 tem recebido elogios internacionais” e reforçado a confiança dos investidores. “Há alguma incerteza quanto aos efeitos a médio/longo prazo da pandemia, mas os investidores mostram tenções de fechar os negócios pendentes assim que o mercado começar a voltar à normalidade”, refere a consultora especializada em imobiliário.
A Cushman & Wakefield adianta que “muitos investidores demonstram a sua disponibilidade para negócios oportunistas nesta altura, enquanto os players mais conservadores aguardam ainda para ver o desenrolar da situação, estando contudo prontos para investir num futuro próximo”.
O documento descreve cada setor, destacando, regra geral, uma atitude “cautelosa” por parte dos proprietários e investidores. As boas notícias chegam com o aumento das vendas de bens de grande consumo e online que, neste último caso, poderá trazer “ao mercado novos intervenientes na área da logística”.
Por outro lado, o relatório destaca o impacto negativo no setor hoteleiro e no imobiliário residencial. De acordo com a Cushman & Wakefield “a crise atual irá impactar a procura de habitação nos próximos meses”, embora, na eventualidade de uma rápida recuperação do mercado, não seja esperado “um ajuste de preços significativo uma vez que ainda se verifica um desequilíbrio entre oferta e procura no país”. A procura por habitação em Portugal por parte de investidores estrangeiros deverá retomar primeiro numa fase pós-pandemia, tendo em conta os mesmos "fatores diferenciadores reconhecidos" ao país.