Teme-se que cerca de 36 prisioneiros tenham sido mortos pelas forças de segurança no Irão. As mortes terão acontecido quando milhares de presos se revoltarem pela falta de condições nas prisões iranianas, face à pandemia de coronavírus, alertou na sexta-feira a Amnistia Internacional.
Segundo a organização, terá havido revoltas em pelo menos oito prisões nos últimos dias. Os participantes terão sido espancados, e os agentes recorrido a gás lacrimogéneo e a fogo real. Desde o início da pandemia, após apelos das Nações Unidas, o Irão já libertou mais de 100 mil prisioneiros – boa parte deles políticos – face à dificuldade em manter o isolamento social nas suas prisões lotadas, que rapidamente podem tornar-se focos de infeção por covid-19.
O Irão é, de longe o país, mais afetado pela pandemia no Médio Oriente: já ultrapassou as 66 mil infeções registadas, com mais de 4 mil mortes. São números estrondosos, que poderão esconder uma realidade ainda pior – a Organização Mundial de Saúde já sugeriu abertamente que o Irão, que desvalorizou inicialmente o surto, estaria a esconder casos de covid-19.