Mais um negócio estranho


Depois da estranha venda de João Félix por 126 milhões de euros, o Benfica realizou mais um estranho negócio. Por todas as razões e mais uma.


Primeiro, os clubes como o Benfica não podem abastecer-se nos grandes campeonatos – têm de o fazer na América do Sul ou no Leste europeu, nunca na Alemanha, Inglaterra, Espanha ou mesmo França ou Itália. Têm de descobrir jogadores baratos em mercados secundários e valorizá-los para os venderem amanhã muito mais caros.

Em segundo lugar, não faz sentido o Benfica comprar um médio, pois é a zona do campo onde dispõe de mais jogadores: Gabriel, forte e esclarecido, Taarabt, muito possante, Samaris, desaproveitado, Fejsa, óptimo a defender, Gedson, promissor, Florentino, idem, sem falar de Pizzi, que faz bem a posição 8. Para quê mais um médio? Para ir para o banco ou para tapar ainda mais a ascensão a outros que já lá estão sentados? Peço desculpa, mas não acredito na transparência deste negócio.

Também é curioso o valor. Um destes dias, um comentador afeto ao Benfica dizia que o clube, com a OPA, ia ter dinheiro para comprar muitos jogadores por 20 milhões. Curiosamente, poucos dias depois, Domingos Soares de Oliveira, gestor financeiro dos encarnados, afirmava que o Benfica tinha muito dinheiro para fazer contratações. Mas isso diz-se? Um gestor financeiro nunca diz que um clube tem dinheiro – pois isso inflaciona os preços dos jogadores pelos quais se interessa.

No meio disto, é estranho o silêncio dos jornalistas desportivos e de muitos comentadores. Não vejo nenhum jornalista levantar dúvidas sobre a oportunidade do negócio de Weigl. Pelo contrário, elogiam-no, aceitando a ideia de Vieira de que estas contratações se destinam a fazer do Benfica uma equipa de nível europeu, para discutir a Champions.

Mas dirão isso a sério? Será com jogadores de 20 milhões – muito caros para nós mas baratos a nível dos grandes campeonatos – que se constrói uma equipa de topo europeia? Recordo que equipas do meio da tabela do campeonato inglês, sem grandes pretensões, contratam jogadores por 50 e 60 milhões.

Enfim, os negócios do benfica estão cada vez mais envoltos numa nuvem de fumo. Depois de vender João Félix pelo valor que se sabe, o Benfica parece que anda a desbaratar dinheiro por gosto. Quis dar 15 milhões por Perin, um guarda-redes que nunca tiraria o lugar a Vlachodimos; comprou De Tomás por 20 milhões, que já saiu da equipa; agora adquiriu Weigl (ainda por cima no mercado de Inverno, onde nunca se fazem bons negócios) pelos mesmos 20 milhões – a tal fasquia que o clube parece ter fixado.

A ideia de um Benfica europeu é uma miragem. Que a meu ver só serve para uma coisa: iludir os sócios, levando-os a não questionarem negócios incompreensíveis.


Mais um negócio estranho


Depois da estranha venda de João Félix por 126 milhões de euros, o Benfica realizou mais um estranho negócio. Por todas as razões e mais uma.


Primeiro, os clubes como o Benfica não podem abastecer-se nos grandes campeonatos – têm de o fazer na América do Sul ou no Leste europeu, nunca na Alemanha, Inglaterra, Espanha ou mesmo França ou Itália. Têm de descobrir jogadores baratos em mercados secundários e valorizá-los para os venderem amanhã muito mais caros.

Em segundo lugar, não faz sentido o Benfica comprar um médio, pois é a zona do campo onde dispõe de mais jogadores: Gabriel, forte e esclarecido, Taarabt, muito possante, Samaris, desaproveitado, Fejsa, óptimo a defender, Gedson, promissor, Florentino, idem, sem falar de Pizzi, que faz bem a posição 8. Para quê mais um médio? Para ir para o banco ou para tapar ainda mais a ascensão a outros que já lá estão sentados? Peço desculpa, mas não acredito na transparência deste negócio.

Também é curioso o valor. Um destes dias, um comentador afeto ao Benfica dizia que o clube, com a OPA, ia ter dinheiro para comprar muitos jogadores por 20 milhões. Curiosamente, poucos dias depois, Domingos Soares de Oliveira, gestor financeiro dos encarnados, afirmava que o Benfica tinha muito dinheiro para fazer contratações. Mas isso diz-se? Um gestor financeiro nunca diz que um clube tem dinheiro – pois isso inflaciona os preços dos jogadores pelos quais se interessa.

No meio disto, é estranho o silêncio dos jornalistas desportivos e de muitos comentadores. Não vejo nenhum jornalista levantar dúvidas sobre a oportunidade do negócio de Weigl. Pelo contrário, elogiam-no, aceitando a ideia de Vieira de que estas contratações se destinam a fazer do Benfica uma equipa de nível europeu, para discutir a Champions.

Mas dirão isso a sério? Será com jogadores de 20 milhões – muito caros para nós mas baratos a nível dos grandes campeonatos – que se constrói uma equipa de topo europeia? Recordo que equipas do meio da tabela do campeonato inglês, sem grandes pretensões, contratam jogadores por 50 e 60 milhões.

Enfim, os negócios do benfica estão cada vez mais envoltos numa nuvem de fumo. Depois de vender João Félix pelo valor que se sabe, o Benfica parece que anda a desbaratar dinheiro por gosto. Quis dar 15 milhões por Perin, um guarda-redes que nunca tiraria o lugar a Vlachodimos; comprou De Tomás por 20 milhões, que já saiu da equipa; agora adquiriu Weigl (ainda por cima no mercado de Inverno, onde nunca se fazem bons negócios) pelos mesmos 20 milhões – a tal fasquia que o clube parece ter fixado.

A ideia de um Benfica europeu é uma miragem. Que a meu ver só serve para uma coisa: iludir os sócios, levando-os a não questionarem negócios incompreensíveis.