Falta menos de uma semana para as eleições diretas no PSD e os três candidatos a líder – Rui Rio, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz- esgotam os últimos argumentos para convencer os militantes. O presidente do PSD e recandidato, Rui Rio, até já admitiu poder ganhar à primeira volta, tal como o seu adversário Luís Montenegro. Já, Pinto Luz não recusa dialogar com ninguém, até com o CHEGA, porque os portugueses votaram no partido de André Ventura.
O candidato Luís Montenegro, por exemplo, esteve em Penafiel este fim de semana com cerca de 2 mil pessoas ( dados da organização da candidatura) para fazer o discurso de unidade do PSD. “Eu estou aqui para unir o PSD, respeitando a diversidade de pensamento dentro do PSD. Unir não significa obrigar todos a pensarem da mesma forma e muito menos significa mandar pela porta fora aqueles que pensam diferente de nós”, declarou o também antigo líder parlamentar, citado pela Lusa. Montenegro acrescentou que o seu alvo não é o PSD, mas sim António Costa. E atacou a gestão do Serviço Nacional de Saúde, com restrições em serviços.
Também Pinto Luz esteve no Norte do país para atacar a esquerda que hoje “é o carrasco” do SNS. Contudo, foi questionado pelos jornalistas se estaria disposto a fazer alianças com partidos como CHEGA, liderado por André Ventura. Na resposta, o também vice-presidente da Câmara de Cascais lembrou, citado pela RTP, que os “portugueses votaram no CHEGA” e, portanto, os sociais-democratas têm de saber falar e “dialogar”, sem colocar linhas vermelhas nesse diálogo. Porém, assegurou que uma eventual conversa com o CHEGA não significa que se aceite o ideário do partido.
A ideia de diálogo de Pinto Luz com o CHEGA acabou também por motivar comentários nas redes sociais e uma explicação de um dos seus apoiantes: Mauro Xavier. “ Com esta visão [Miguel Pinto Luz] quer ter uma maioria de votos apresentando-se a eleições sem coligações pré-eleitorais. Se não obtiver o resultado esperado, fala com todos os partidos não socialistas eleitos com objetivo de formar governo. Afirma isto de forma transparente e clara. Não vai levar o PSD para a direita. Isso é proposta de outro candidato, mas não ignora a realidade!”, escreveu o antigo líder da concelhia do PSD/Lisboa no Facebook. Ora, o “outro candidato” seria Luís Montenegro, mesmo que Mauro Xavier não o tenha verbalizado. Este comentário foi feito depois da apresentação da moção global estratégica de Pinto Luz ter ficado marcada por este ponto de “diálogo” que o candidato a líder do PSD não descarta.
Esta terça-feira, Rui Rio apresentará formalmente a sua moção numa iniciativa em Lisboa. A escassos 2,5 quilómetros estará também Luís Montenegro, reunido com militantes num hotel em Lisboa, enquanto Pinto Luz ruma a Vila Real. As eleições diretas estão marcadas para 11 de janeiro. Se nenhum dos candidatos conseguir 50 por cento dos votos mais um, então há novo momento eleitoral no dia 18 de janeiro, entre os dois candidatos mais votados.