Cigarros eletrónicos também afetam a saúde, diz especialista

Cigarros eletrónicos também afetam a saúde, diz especialista


A médica pneumologista Sofia Ravara defende que as novas formas de tabaco possuem outros tóxicos


As novas formas de tabaco, como o cigarro eletrónico e o tabaco aquecido, têm tóxicos diferentes dos que existem nos cigarros tradicionais, sendo igualmente nocivas para a saúde humana e podendo até vir a originar o aparecimento de novas doenças. Uma teoria defendida este sábado pela médica pneumologista Sofia Ravara em Albufeira, à margem do 35º Congresso de Pneumologia.

"Quer nos cigarros eletrónicos, quer no tabaco aquecido, existem outros tóxicos que não existem no cigarro tradicional e que têm riscos acrescidos para a saúde humana, incluindo o risco de desenvolver cancro. Os cigarros eletrónicos têm outro tipo de tóxicos que os cigarros não têm, como metais pesados: os consumidores estão a inalar partículas de metal da própria peça metálica pela qual é constituído o cigarro eletrónico. Já no caso do tabaco aquecido, pelo facto de ter um filtro de plástico e não um filtro de papel como o cigarro tradicional, é libertada uma substância altamente tóxica, que pode causar danos no fígado e até resultar em novas doenças", argumentou a pneumologista e professora de Medicina Preventiva.

Na sessão "A verdade da mentira: 'factcheck' sobre novas formas de tabaco", realizada em parceria com o jornal Polígrafo e que abordou os potenciais efeitos na saúde das novas formas de tabaco, participou ainda Pedro Vaz, engenheiro químico da Fundação Champalimaud que apresentou uma extensa lista de componentes que constituem o tabaco aquecido e o cigarro eletrónico – apesar de as embalagens dizerem que têm apenas "meia dúzia". "A maior parte deles não estão identificados. Ninguém sabe o que lá está", referiu o investigador da Unidade do Pulmão da fundação ligada às áreas médica e científica.

A conclusão apresentada no vídeo exibido na sessão, produzido pelo Polígrafo e que pretendia esclarecer se é ou não verdade que existe uma redução média de entre 90 a 95 por cento na quantidade de substâncias nocivas nas novas formas de tabaco em relação aos cigarros tradicionais, é de que essa afirmação é falsa, apesar de ter sido divulgada na comunicação social e citada em publicações como o relatório de saúde pública de Inglaterra como sendo resultado de um consenso de especialistas alegadamente independentes. "É mentira e uma notícia falsa, uma vez que não se trata de uma evidência científica sólida", frisou Sofia Ravara, lembrando ainda que essa teoria já foi refutada por vários cientistas.