Marcelo Rebelo de Sousa admitiu que, se voltasse atrás, o primeiro ano de mandato teria sido “um bocadinho menos intenso”. O Presidente da República respondia a um questionário de uma aluna e assegurou que “como político, sim, fazia algumas coisas diferentes”.
É sabido que os primeiros tempos deste Presidente da República ficaram marcados por uma atividade frenética. Marcelo apostou na proximidade com os portugueses, mas não escapou a algumas críticas por abusar da exposição pública.
Ontem, no final de uma sessão do programa Desportistas no Palácio de Belém, no antigo Museu dos Coches, em Lisboa, o Presidente da República admitiu que quando foi líder partidário (entre 1996 e 1999 esteve à frente do PSD) teria feito algumas “coisas diferentes”.
Marcelo admitiu ainda que o primeiro ano em Belém foi “esgotante” e poderia ter sido menos intenso. “Como Presidente? Admito que sim, que haja coisas, não no essencial, que pudesse ter feito diferente. Por exemplo, ter sido um bocadinho menos intenso no primeiro ano do meu mandato. Foi muito esgotante, foi muito extenuante”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em resposta à pergunta de uma aluna para o jornal da escola.
Marcelo preferiu não comentar o programa de Governo, porque entende que “o Presidente não deve opinar sobre o programa do Governo” e isso seria, “de alguma maneira, ir para além dos limites dos seus poderes constitucionais”.
O chefe de Estado lembrou, porém, que quando foi deputado à Assembleia Constituinte defendeu que não deveria haver uma votação obrigatória do programa do Executivo. “Porquê? Para viabilizar Governos minoritários que logo no início da experiência constitucional se entendeu que podiam ocorrer”, explicou.
Marcelo recebe partidos O Presidente da República anunciou que irá receber os partidos políticos sobre o Orçamento do Estado para 2020. Marcelo revelou que o Governo vai apresentar o Orçamento até dia 15 de dezembro. O primeiro-ministro, António Costa, já tinha referido que “gostaria de, ainda este ano, poder apresentar o Orçamento do Estado na Assembleia da República, mesmo que a discussão possa não ficar concluída neste ano”.
Marcelo Rebelo de Sousa quer, por isso, receber os partidos antes do final do ano. “Portanto, logo a seguir, ainda antes do fim do ano, eu receberei os partidos políticos, como lhes prometi, e os parceiros sociais, para os ouvir sobre o Orçamento, que depois será votado – e provavelmente a votação irá concluir-se no próximo ano”, disse.