A vacinação gratuita contra a gripe – para grupos de risco, como idosos, pessoas em lares ou instituições e para alguns doentes crónicos – começa amanhã a ser administrada pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS). Este ano, pela primeira vez, as vacinas que estarão disponíveis em território nacional são tetravalentes, ou seja, funcionam para quatro tipos de vírus da gripe (dois do tipo A e dois do tipo B). Até aqui as vacinas usadas eram, no máximo, trivalentes, cobrindo três tipos de vírus.
No total, as unidades do SNS terão ao dispor 1,4 milhões de doses de vacinas contra a gripe que se destinam a estes grupos – um investimento da parte do Estado fixado em 11,3 milhões de euros. O ano passado o investimento tinha sido menos de metade, 4,8 milhões de euros, para o mesmo número de vacinas.
A vacina tetravalente, utilizada pela primeira vez em Portugal, fará aumentar a probabilidade de o conteúdo da vacina coincidir com os vírus que vão circular. Há ainda a expectativa de a vacina ser mais efetiva. A Direção-Geral da Saúde (DGS) explica que estas vacinas têm “maior abrangência em relação às vacinas trivalentes anteriormente utilizadas”.
A entidade recomenda igualmente que profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, como os bombeiros, sejam vacinados.
Graças Freitas, diretora-geral da Saúde, reforça que o “Estado investiu muito para este suposto ganho em saúde”.
“Vamos acompanhar o benefício em termos de menos casos de gripe, gripe menos grave, menos internamentos e menos mortes [decorrentes] desta nova vacina. Neste momento é um investimento e supostamente esse investimento vai ter retorno”, conclui.
Vacinas também disponíveis nas farmácias Para além dos 1,4 milhões de doses de vacinas para os grupos de risco, existem mais de 600 mil doses nas farmácias, que podem ser compradas mediante receita médica e terão uma comparticipação de 37%.
Segundo o relatório do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, na época 2018/2019 morreram 3331 pessoas devido à gripe – o que representa um decréscimo relativamente à época 2017/18, ano em que se verificaram 3700 mortes.
Para além disso, na época passada, verificaram-se ainda outras 397 mortes ligadas às baixas temperaturas.