Inglaterra. Nuno candidata-se ao título de melhor amigo de Klopp

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A armada lusa do Wolverhampton foi vencer a casa do Manchester City e deixou o Liverpool ainda mais líder: são já oito pontos a distanciar os reds dos citizens. Em Itália, a Juventus (sem golo de Ronaldo) pôs fim à série vitoriosa do Inter e já é líder.


E quando tudo parece tão certo, decidido e definitivo, chega o futebol – e a Premier League em particular – para nos relembrar de que a realidade está longe de ser assim tão linear. A protagonizar um início de temporada com poucos motivos para sorrir a nível interno (a primeira vitória no campeonato surgiu apenas na semana passada, à sétima jornada), o Wolverhampton de Nuno Espírito Santo mostrou este domingo que afinal está vivo e recomenda-se, vencendo por 2-0 na visita ao terreno do todo-poderoso Manchester City.

Os citizens, obviamente, tiveram mais caudal ofensivo e oportunidades para marcar. Rui Patrício e companhia, porém, guardaram a sete chaves a baliza do Wolves, que num contra-ataque mortífero abriu o marcador no Etihad a dez minutos dos 90, com Raúl Jiménez a servir Adama Traoré e este a bater Ederson. Já nos descontos, mais do mesmo: o avançado mexicano ex-Benfica assistiu e o extremo espanhol finalizou diante do guardião canarinho do City, também ele antigo jogador dos encarnados.

No final do encontro, Nuno Espírito Santo (que escolheu os compatriotas Rui Patrício, Rúben Vinagre, Rúben Neves e João Moutinho no onze inicial) mostrou-se orgulhoso pelo resultado e pela exibição dos seus jogadores. “Correram como loucos!”, atirou. Pep Guardiola (que escolheu João Cancelo no onze e lançou Bernardo Silva aos 60’), por seu lado, assumiu que a sua equipa teve “um dia mau” e reservou elogios para dois médios portugueses do Wolves (Neves e Moutinho).

A surpreendente derrota deixou o Manchester City já a oito pontos do líder Liverpool, que só sabe vencer: oito vitórias em oito jogos. Desta feita, os reds sofreram muito, mas conseguiram garantir os três pontos no último suspiro na receção ao Leicester de Ricardo Pereira: 2-1, mercê de um penálti de Milner aos 90’+5’. O campeão europeu chegou à vantagem aos 40’, através de Sadio Mané, mas Maddison empatou a dez minutos dos 90. Já nos descontos, o árbitro entendeu ter havido falta de Albrighton sobre Mané na área dos foxes e Milner não desperdiçou.

Na Premier League, destaque ainda para nova derrota do Everton, com Marco Silva cada vez mais pressionado. Os toffees perderam por 1-0 no terreno do Burnley (golo de Hendrick, aos 72’), no que foi a sua quarta derrota consecutiva no campeonato, e caíram para a zona de despromoção (18.º lugar). De mal a pior vai também o Manchester United: com a derrota em Newcastle (1-0), leva já cinco jogos seguidos sem vencer (e 11 consecutivos sem uma vitória fora de casa), ocupando um impensável 12.º lugar.

ronaldo já lidera Na Serie A italiana, a jornada 7 trouxe de facto novidades na frente do campeonato: a Juventus foi vencer ao terreno do até agora imbatível Inter de Milão (1-2) e assumiu a liderança da prova. Cristiano Ronaldo bem tentou, mas desta feita o herói foi outro: Higuaín, saído do banco para fazer o golo do triunfo a dez minutos dos 90.

No primeiro remate à baliza, a vecchia signora abriu o marcador, por intermédio de Dybala, logo aos quatro minutos. Pouco depois, Ronaldo atirou à trave da baliza de Handanovic, mas o Inter acabaria por empatar aos 18’, na sequência de uma grande penalidade por mão na bola de De Ligt – Lautaro Martínez não falhou. Szczesny negou depois uma oportunidade clara ao mesmo Lautaro, com a primeira parte a terminar com um golo anulado a Ronaldo por fora de jogo de Dybala.

No segundo tempo houve menos risco de parte a parte, com apenas uma grande ocasião para cada lado: Vecino assustou a Juve aos 69’ e Higuaín, à passagem do minuto 80, concluiu com êxito uma excelente jogada coletiva do ataque bianconero, com a bola a passar por Pjanic, Ronaldo e Bentancur antes de chegar ao internacional argentino, que não vacilou na cara de Handanovic. Os comandados de Maurizio Sarri são agora a única equipa sem derrotas na Serie A, liderando com um ponto de vantagem sobre o Inter e três em relação à Atalanta.

Em Espanha, o líder ainda é o mesmo: o Real Madrid, que passou no teste frente ao surpreendente Granada, vencendo por 4-2 (Domingos Duarte marcou para os andaluzes, que contaram igualmente com Rui Silva em grande plano na baliza). Os merengues, com 18 pontos, têm agora na perseguição mais direta o Barcelona, que parece estar a recuperar o fôlego após uma entrada aos solavancos: os blaugrana golearam o Sevilha (4-0), com Nélson Semedo em plano de destaque – fez a assistência para o tento inaugural, apontado por Luis Suárez num vistoso pontapé de bicicleta, e subiram ao segundo posto, ultrapassando o Atlético de Madrid, que não foi além de um nulo no terreno do Valladolid.

O resultado, aliás, até acabou por ser lisonjeiro para os colchoneros, dado que a equipa da casa foi bem mais acutilante e até desperdiçou uma grande oportunidade. Depois da excelente exibição em Moscovo, para a Liga dos Campeões, desta vez João Félix esteve muito apagado e voltou a ser o primeiro sacrificado por Diego Simeone, logo aos 61’. Os madrilenos, ainda assim, conseguiram cair apenas um lugar, beneficiando do facto de todos os mais diretos perseguidores terem perdido nesta jornada: já falámos de Granada e Sevilha, mas também os bascos Real Sociedad e Athletic Bilbau tropeçaram.