Breve resposta ao senhorito André Ventura


O senhorito André Ventura, além de racista até dizer “chega!”, é ultra-reaccionário, provocador e neofascista até dizer “chega!”, admirador confesso de Matteo Salvini, que por seu turno é admirador de Benito Mussolini.


Quem leu a minha crónica intitulada “Autofagia ou o mito de Erisícton”, publicada no “i” do passado dia 19 de Agosto, terá podido facilmente constatar que não insultei o senhorito André Ventura, limitando-me a referi-lo muito à margem, nos seguintes termos: “Agitadores demagogos e populistas que esbracejam como o dr. Pardal Henriques, o dr. Marinho e Pinto e o dr. André Ventura – todos doutores num país de doutores & engenheiros – fazem objectivamente o jogo da extrema-direita ou são mesmo seus militantes”. Mas o senhorito André Ventura, desejoso de fazer músculo e espalhar “estalos” – porventura estaladas, bofetadas e murros “a torto e a direito” – decidiu aproveitar a oportunidade para lhe publicarem mais uma prosa indigna e insultuosa num jornal, ameaçando alguém que, como eu, já tem idade para ser avô dele e, ainda por cima, é adepto fiel, mas não fanático, do Sporting Club de Portugal, rival do Sport Lisboa e Benfica.

Quem me conhece bem sabe que nunca fui “vassalo” de ninguém e que a relação familiar que o senhorito Ventura evoca, para me apoucar, de nada me valeu no tempo da ditadura de Salazar e de Caetano. Eu tinha 29 anos e estava na tropa há exactamente dois anos, quando ocorreu o 25 de Abril de 1974. Quem me conhece bem também sabe que, em 2002, me desliguei completamente da Fundação Mário Soares, da qual fui, de facto, um dos fundadores, tal como o fui do Partido Socialista, em 1973, do qual me desfiliei em 2015. 

Não se pode dizer que o senhorito André Ventura seja muito dotado em matéria de entendimento e perspicuidade, mas espanta-me a fixação que ele tem na minha pessoa, ao ponto de saber que eu sou um apoiante dos “independentistas catalães” – o que é verdade! – embora eu nunca tenha escrito nenhuma crónica de jornal sobre o tema. O que ele não percebeu é que toda a gente já saberá mais do que o suficiente sobre ele e sobre o CHEGA. O senhorito André Ventura, além de racista até dizer “chega!”, é ultra-reaccionário, provocador e neofascista até dizer “chega!”, admirador confesso de Matteo Salvini, que por seu turno é admirador de Benito Mussolini. Não lhe vou dizer que “o fascismo não passará!”, porque não sou parvo, conheço bem as histórias do fascismo e do nazismo (tenho boa biblioteca) e receio bem que o fascismo volte a “passar”, se as democracias continuarem a “descuidar-se”, como até aqui. De resto, aconselho o senhorito Ventura a prometer estalos a “meninos da sua idade” capazes de lhos devolver…
 

Breve resposta ao senhorito André Ventura


O senhorito André Ventura, além de racista até dizer “chega!”, é ultra-reaccionário, provocador e neofascista até dizer “chega!”, admirador confesso de Matteo Salvini, que por seu turno é admirador de Benito Mussolini.


Quem leu a minha crónica intitulada “Autofagia ou o mito de Erisícton”, publicada no “i” do passado dia 19 de Agosto, terá podido facilmente constatar que não insultei o senhorito André Ventura, limitando-me a referi-lo muito à margem, nos seguintes termos: “Agitadores demagogos e populistas que esbracejam como o dr. Pardal Henriques, o dr. Marinho e Pinto e o dr. André Ventura – todos doutores num país de doutores & engenheiros – fazem objectivamente o jogo da extrema-direita ou são mesmo seus militantes”. Mas o senhorito André Ventura, desejoso de fazer músculo e espalhar “estalos” – porventura estaladas, bofetadas e murros “a torto e a direito” – decidiu aproveitar a oportunidade para lhe publicarem mais uma prosa indigna e insultuosa num jornal, ameaçando alguém que, como eu, já tem idade para ser avô dele e, ainda por cima, é adepto fiel, mas não fanático, do Sporting Club de Portugal, rival do Sport Lisboa e Benfica.

Quem me conhece bem sabe que nunca fui “vassalo” de ninguém e que a relação familiar que o senhorito Ventura evoca, para me apoucar, de nada me valeu no tempo da ditadura de Salazar e de Caetano. Eu tinha 29 anos e estava na tropa há exactamente dois anos, quando ocorreu o 25 de Abril de 1974. Quem me conhece bem também sabe que, em 2002, me desliguei completamente da Fundação Mário Soares, da qual fui, de facto, um dos fundadores, tal como o fui do Partido Socialista, em 1973, do qual me desfiliei em 2015. 

Não se pode dizer que o senhorito André Ventura seja muito dotado em matéria de entendimento e perspicuidade, mas espanta-me a fixação que ele tem na minha pessoa, ao ponto de saber que eu sou um apoiante dos “independentistas catalães” – o que é verdade! – embora eu nunca tenha escrito nenhuma crónica de jornal sobre o tema. O que ele não percebeu é que toda a gente já saberá mais do que o suficiente sobre ele e sobre o CHEGA. O senhorito André Ventura, além de racista até dizer “chega!”, é ultra-reaccionário, provocador e neofascista até dizer “chega!”, admirador confesso de Matteo Salvini, que por seu turno é admirador de Benito Mussolini. Não lhe vou dizer que “o fascismo não passará!”, porque não sou parvo, conheço bem as histórias do fascismo e do nazismo (tenho boa biblioteca) e receio bem que o fascismo volte a “passar”, se as democracias continuarem a “descuidar-se”, como até aqui. De resto, aconselho o senhorito Ventura a prometer estalos a “meninos da sua idade” capazes de lhos devolver…