PSD. Críticos de Rui Rio disponíveis para entrar na campanha eleitoral

PSD. Críticos de Rui Rio disponíveis para entrar na campanha eleitoral


Moreira da Silva acredita que “a direção do PSD aproveitará todos os gestos de unidade”.


Jorge Moreira da Silva, um dos maiores críticos da atual liderança, contactou Rui Rio, há uns dias, a disponibilizar-se para entrar na campanha eleitoral. “Não sou hipócrita – não deixei de ter divergências quanto a algumas opções estratégicas -, mas não fico a meio da ponte”, escreveu, na sua página do Facebook, o ex-ministro do Ambiente. Moreira da Silva, que já se manifestou disponível para entrar na corrida à liderança, acredita que “a direção do PSD aproveitará todos os gestos de unidade nesta fase tão decisiva”.

Rui Rio não deverá desperdiçar a disponibilidade dos críticos que quiserem entrar na campanha eleitoral para as eleições do dia 6 de outubro. Luís Montenegro, outro dos críticos internos, também não deverá ficar de fora numa altura em que surgem vários apelos à união do partido. O ex-líder parlamentar entrou na campanha das europeias ao lado de Paulo Rangel e, nessa altura, mostrou-se disponível para ajudar o partido nas legislativas. 

Miguel Pinto Luz, um dos nomes recusados pela direção para entrar nas listas, também já se mostrou disponível para ajudar o partido nas eleições legislativas. “Agora é tempo do toque a rebate, é tempo de o PSD estar unido, ainda que alguns não o queiram. Irei lutar [pela vitória] na rua, na campanha, sempre disponível para o meu partido”, disse o ex-líder da distrital de Lisboa, no final de julho, à Rádio Observador.

Não há tempo para amuos O processo de elaboração das listas acentuou as divergências dentro do PSD, mas, a dois meses das legislativas, não faltam apelos à união. “O PSD é um partido de proximidade e a responsabilidade é de todos. Todos têm responsabilidade no combate que temos pela frente. Todos têm de fazer um esforço para que o PSD tenha um resultado digno e que corresponda às expetativas”, afirmou, em entrevista ao semanário Sol, João Montenegro, ex-secretário-geral adjunto do PSD. 

Vários autarcas e dirigentes do partido têm criticado publicamente a direção nacional pela forma como geriu a elaboração das listas, mas o ex-diretor de campanha de Santana Lopes considera, na mesma entrevista, que este já não é o tempo para “amuos” e afirma que “o PSD precisa de ter juízo e maturidade”. 

A partir de agora, os críticos vão assumir uma postura mais discreta para não serem acusados de terem prejudicado o partido. A verdade é que, entre os que discordam da estratégia de Rui Rio, ninguém acredita que o PSD possa ter um bom resultado nas eleições do dia 6 de outubro. Se o PSD perder, Rui Rio terá de ponderar se continua ou não à frente do partido. Certo é que desta vez terá de enfrentar os críticos da estratégia que implementou no PSD. Luís Montenegro, que já desafiou Rio para disputar a liderança no início do ano, está preparado para avançar. Moreira da Silva, Pedro Duarte, Miguel Pinto Luz ou Miguel Morgado também já admitiram candidatar-se à liderança do partido.