O Ministério da Educação revelou esta segunda-feira os dados relativos às classificações dos exames nacionais de 2ª fase e verificou-se que, em 10 das 22 disciplinas avaliadas, a média baixou em relação ao verificado no ano passado, ao nível dos alunos internos.
Das três disciplinas que geraram maior polémica – Português, Física e Química e MACS – duas baixaram a média e aumentaram a percentagem de reprovação, enquanto que a outra subiu a média e diminuiu a percentagem de reprovação.
No caso de Física e Química A, verificou-se uma das maiores descidas em relação a 2018. A média dos exames de 2ª fase baixou de 11,4 no ano passado para 9,6 neste ano. Reprovaram ainda 15% dos alunos internos, mais 3% que em 2018.
Este exame gerou grande polémica ao nível do Ensino em Portugal depois da Sociedade Portuguesa de Física o ter considerado como um dos mais difíceis de sempre. Vários professores apontaram ainda problemas na sua resolução, nomeadamente, no resultado de uma experiência que, no enunciado da prova, estava errado.
O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) – organismo responsável pela elaboração das provas – desementiu tal dificuldade depois de ter contactado as escolas que haviam reportado esse caso. Quanto ao erro no enunciado, referiram que o mesmo não invalidava a resolução do enunciado e garantiu que todas as respostas que estivessem corretas cientificamente seriam tidas em conta, mesmo que não constassem dos critérios de classificação que servem de grelha aos professores que corrigem os exames.
Quanto ao exame de Matemática Aplicada às Ciências Sociais (MACS), este foi o caso mais positivo das três disciplinas. Nesta a média subiu de 9,3 em 2018, para 9,8 este ano e reprovaram menos 4% (em 2018 a percentagem era de 24%).
No caso deste exame, a polémica surgiu por o enunciado conter uma questão para a qual não havia resposta possível. A Sociedade Portuguesa de Matemática veio confirmar isso mesmo. Contudo, o IAVE deixou a mesma garantia do sucedido no exame de Física e Química A.
Por último, o caso da disciplina de Português gerou polémica pois apareceu na prova um excerto da obra "Os Lusíadas" que não constava no programa, podendo nunca ter sido abordados nas aulas.
Para além disso, a Associação de Professores de Português (APP) emitiu um parecer onde considerou que o IAVE não teve em conta uma agilização na gestão de tempo de resolução da prova, colocando textos demasiado longos para ler, compreender e interpretar.
Nesta disciplina, verificou-se que a média subiu dos 10,2 verificados em 2018, para 10,3 este ano. Mais que isso, Reprovaram 13% dos alunos internos, mais 1% que o ano passado.
Para além destas três disciplinas, a maior subida de média em relação aos dois anos na 2ª fase verificou-se em Português Língua Não Materna, que passou de 11,7 para 13,8. A melhor média nos exames nacionais de 2º fase foi a de Desenho A, com 14,4 e a pior pertenceu a Latim A, com 8,1.
A escala dos exames, recorde-se, vai de 0 até aos 20 valores.